Monteiro Lobato

Fábulas

Fábulas 57, 58, 59, 60, 61, 62 e 63

 

57 – Segredo de mulher

         Como a Fidência se gabasse de ser discreta, seu marido resolveu tirar a prova. E para isso uma noite acordou-a com ar assustado, dizendo:

         – Que estranho fenômeno, Fidência. Pois não é que acabo de botar um ovo?

         – Um ovo? – exclamou a mulher, arregalando os olhos.

         – Pois é para ver. E cá está ele, ainda quentinho. Mas escute: é preciso que isto fique em segredo absoluto entre nós. Você bem sabe como é o mundo. Se a notícia corre, começam todos a troçar de mim e acabam me pondo apelido. Segure, pois, a língua. Nunca diga nada a ninguém.

         A mulher jurou segredo e soube guardá-lo por umas horas, enquanto era noite e não tinha com quem taramelar. Mas logo que amanheceu pulou da cama e foi correndo em procura da comadre Teresa. Continue lendo “Monteiro Lobato”

Lobato en Esperanto – 06

Fabloj

Fabloj 50, 51, 52, 53, 54, 55 kaj 56

 Tradukis Jorge Teles

 

50 – La lupo kaj la ŝafido

          La ŝafido trinkadis en rivereto, kiam furioza lupo je malbelega aspekto aperis.

         – Kia insulto estas tio, ke vi malpurigas la akvon, kiun mi trinkos? – diris la monstro, kaj ĝi montris la dentojn. – Mi tuj punos vian malrespekton!…

         La ŝafideto tremis pro timo kaj humile respondis:

         – Kiel mi povas malpurigi la akvon, kiun vi trinkos, se ĝi fluas de vi al mi?

         Tio estis vero kaj la lupo ne atendis tiun respondon. Sed ĝi decidis insisti.

         – Krome, – li inventis, – mi scias, ke vi dissemis malicaĵon pri mi je la pasinta jaro. Continue lendo “Lobato en Esperanto – 06”

Monteiro Lobato

Fábulas

Fábulas 50, 51, 52, 53, 54, 55 e 56

 

50 – O lobo e o cordeiro

         Estava o cordeiro a beber num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado, de horrendo aspecto.

         – Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? – disse o monstro arreganhando os dentes. – Espere, que vou castigar tamanha má-criação!…

         O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:

         – Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim?

         Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta. Mas não deu o rabo a torcer.

         – Além disso – inventou ele –, sei que você andou falando mal de mim o ano passado. Continue lendo “Monteiro Lobato”