REINAÇÕES DE NARIZINHO
Oitava Parte: O Irmão De Pinóquio
1 – O irmão de Pinóquio
— Coitada de vovó! — disse um dia Narizinho. — De tanto contar histórias ficou que nem bagaço de caju; a gente espreme, espreme e não sai mais nem um pingo.
Era a pura verdade aquilo — tão verdade que a boa senhora teve de escrever a um livreiro de São Paulo, pedindo que lhe mandasse quanto livro fosse aparecendo.
O livreiro assim fez. Mandou um e depois outro e depois outro e por fim mandou o Pinóquio.
— Viva! — exclamou Pedrinho quando o correio entregou o pacote.
— Vou lê-lo para mim só, debaixo da jabuticabeira.
— Alto lá! — interveio dona Benta. — Quem vai ler o Pinóquio para que todos ouçam, sou eu, e só lerei três capítulos por dia, de modo que o livro dure e nosso prazer se prolongue. A sabedoria da vida é essa.
— Que pena! — murmurou o menino fazendo bico. — Não fosse a tal sabedoria da vida, que nunca vi mais gorda, e hoje mesmo eu dava conta do livro e ficava sabendo toda a história do Pinóquio. Mas não! Temos de ir na toada de carro de boi em dia de sol quente — nhen, nhen, nhen… Continue lendo “O Sítio… Oitava parte”