Gil Vicente 05. FARSO PRI TIU, “KIU HAVAS FARUNON” (1505)

aires rosado

Resumo:

Ordonjo kaj Aparício, du servistoj, renkontas sin surstrate. Unu el ili estas dungita de Aires Rosado, paĝio de iu nobelulo. Aires Rosado estas malriĉa sed pretendas esti galantulo Li ludas serenadon al la koramikino. La hundoj, la katoj kaj la kokoj blekas. La patrino de la junulino, la Oldulino, venas kaj deklamas longan paroladaĉon, kaj malbenas tiun, kiu devigas ŝin veni surstraten en mezo de la nokto. Aires Rosado kantante foriras. La Oldulino skoldas la filinon, Isabel. Ŝi volas ke la filino laboru sed la junulino ŝatas nur sin ornami. Ambaŭ foriras

GV009. Aires Rosado

Si dormís, doncella,
Despertad y abrid,
Que venida es la hora
Si quereis partir.
Si estais descalza,
No cureis de vos calzar,
Que muchas agoas
Teneis de pasar,
agoas dAlquebir;
Que venida es la hora
Si quereis partir.
Se vi dormas, virgulino,
vekiĝu kaj malfermu,
ĉar jam estas la horo,
se vi volas ekvojaĝi.
Se vi estas senŝua
ne zorgu pri ŝuoj,
ĉar multajn akvojn
vi devos transvadi,
akvoj de la rivero Gŭadalkiviro.
ĉar jam estas la horo,
se vi volas ekvojaĝi.

(kantas Rubem Ferreira Jr.)

GV010. Aires Rosado

Cantan los gallos,
Yo no me duermo,
Ni tengo sueño.
Kantas la kokoj
kaj mi nek dormas
nek eĉ dormemas.

(kantas Gerson Marchiori)

…Aires Rosado
Por mayo, era por mayo.      En majo, estis en majo.
(kanzono kun ĉi tiu refreno aperos en la teatraĵo 38, Pilgrimado de la Humiligitaj GV131)

GV011. Aires Rosado

Apartar-me-hão de vós,
Garrido amor.
Eu amei uma senhora
De todo o meu coração:
Quis Deos e minha ventura
Que não m’a querem dar, não.
Garrido amor.
Não me vos querem dare;
Irme hei a tierras agenas,
a chorar meu pesare.
Garrido amor.
Oni apartigos min de vi,
ĝentila amatino.
Mi amis sinjorinon
el mia tuta koro;
Volis Dio kaj mia fortuno
ke ili ne liveros ŝin al mi.
Ĝentila amatino
Ili ne volas liveri vin al mi.
Iros mi al aliulaj landoj
por plori pri mia ĉagreno.
Ĝentila amatino.

(kantas Jaqueson Magrani)

GV012. Aires Rosado

Já vedes minha partida.
Os meus olhos ja se vão;
Se se parte minha vida,
Ca me fica o coração.
Vi vidas mian foriron
Miaj okuloj jam ekvojaĝos;
Se foriras
mia vivo
Ĉi tie restas la koro.

(kantas João Batista Carneiro)

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dante alighieri – vita nova 09. ciò che m’incontra…

Dante Alighieri – Vita Nova 09
Ciò che m’incontra, ne la mente more… (sonetto)
Ciò che m’incontra, ne la mente more,
quand’i vegno a veder voi, bella gioia;
e quand’io vi son presso, i’ sento Amore
che dice: “Fuggi, se ‘l perir t’è noia”.
Lo viso mostra lo color del core,
che, tramortendo, ovunque po’ s’appoia;
e per la ebrietà del gran tremore
le pietre par che gridin: Moia, moia.
Peccato face chi allora mi vide,
se l’alma sbigottita non conforta,
sol dimostrando che di me li doglia,
per la pietà, che ‘l vostro gabbo ancide,
la qual si cria ne la vista morta
de li occhi, c’hanno di lor morte voglia.

(canta jorge teles)
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Esperanto? Pra quê? (3) O que é hegemonia…

ESPERANTO? PRA QUÊ? (3) O QUE SIGNIFICA HEGEMONIA LINGUÍSTICA?…
(nota: Esta pequena série de textos foi feita para um “folder” com o objetivo de informar sobre o Esperanto, na ocasião em que fui presidente da Associação Paranaense de Esperanto (1988-1989). Eu achava que os textos de então eram muito sucintos. Minha intenção era divulgá-los entre pessoas mais interessadas no assunto. Observo que a parte escrita a partir da linha de asteriscos está sendo acrescentada agora.)

Quando se analisa um Atlas Histórico, verifica-se correntes migratórias ao longo de toda a história da humanidade. Muitas são as causas que levam um grupo de uma determinada cultura à ocupação de outra região. O resultado porém, sempre, foi um só: uma inevitável fusão de ingredientes culturais, cujas proporções variam.
A língua de um grupo é um desses ingredientes. A língua é o absoluto inventário de toda cultura. Não existe em nenhum ponto da história do homem algo a que não se atribua um nome ou um nome desvinculado de seu objeto.
Voltando-se ao Atlas, percebe-se que todas as ocupações se deram apenas de duas maneiras: ocupação de uma região vazia ou conquista. Não se pode dizer que toda a conquista tenha sido feita através da força. Existem também a persuasão e a sedução.
Será verdade que as línguas se impõem e morrem como se impõem e morrem os impérios? Não se pode negar que, qualquer que seja a causa, determinadas línguas são mais importantes em determinadas épocas. E a importância de uma língua significa uma certa hegemonia do país que a veicula. Nem sempre uma língua se impõe sobre outra através de ordens do tipo “tal língua ou a morte”.  Muitas vezes um grupo aceita outra língua por considerá-la vantajosa no seu dia a dia.
A civilização abomina a violência, mas não consegue aniquilá-la. A violência veste máscaras e continua a fazer de vítimas a povos inteiros. Suavemente uma cultura se impõe à outra através de gastos em propaganda sobre filmes e livros e canções. Tudo através de uma língua. Num tempo já foi dito que ópera só em italiano (pobre Mozart!), filosofia só em alemão (pobre Russel!), cinema só em inglês (pobres de nós todos). O que não é dito é que atrás do filme vem o carro a ser vendido, atrás do livro vem um estilo de pensamento e atrás da canção uma maneira de ver o mundo. Trocamos a liberdade de descobrir nossas formas de vida pela liberdade de engolir formas de vida alheias aos nossos interesses.
É inegável a substituição de certos fatores culturais por outros mais complexos: o culto ao deus Dionísio se transformou na tragédia grega; é dessa forma que a civilização progride. O povo que influencia outro também sofre influências internas através de alterações provocadas por grupos mais fortes.
Ao contrário, é altamente questionável acreditar que só dessa forma se dê o progresso: isto é, para que haja progresso não pode haver a convivência entre culturas diferentes.

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O texto acima foi escrito antes do advento do computador. Se para cada objeto ou idéia é preciso uma palavra, o que aconteceu recentemente foi que o mundo inteiro ficou à mercê de uma inevitável avalanche de palavras inglesas. O muito curioso é que a maioria dessas palavras são do dia a dia dos falantes do inglês; exemplos, “to delete”, “site”, “link”.
Quero dizer com isto que palavras da língua inglesa já existentes foram adaptadas para algumas “ações” ou “ferramentas” ofertadas pelo computador. Mas, por causa de uma série de atributos ou partes da máquina, houve, sim, a necessidade da criação de novas palavras. Isto não é hegemonia mas é uma das facetas que a hegemonia apresenta, já que geralmente são os países mais avançados aqueles que espalham pelo mundo os novos filhos do progresso.
Não reconhecer que o inglês seja língua hegemônica atualmente é querer dar murro em ponta de faca. Mas afirmar que ela é internacional é burrice. Em muitos países muçulmanos o árabe é a língua mais falada (pensemos nas línguas tribais da África). O russo se mantém ainda como língua de comunicação nos países da falecida cortina de ferro. O mandarim e o hindi são línguas hegemônicas.
Afirmar que o mundo não precisa de uma língua internacional também é dar murro em ponta de faca. Mas admitir que essa língua tem que ser o inglês também é burrice.
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