Monteiro Lobato

As aventuras de Hans Staden

 Capítulos 5 e 6

 

05 – Reconhecimento da terra

         Quando a menina voltou, Dona Benta prosseguiu pausadamente:

         – Depois de alguma espera, começou a soprar bom vento. O navio deixou a angra, a fim de procurar o porto de Santa Catarina. Velejou para lá, mas o dia estava tão encoberto que não foi possível encontrar esse porto.

         Na manhã seguinte, enquanto os marinheiros rezavam a primeira oração do dia, formou-se uma tempestade. A escuridão ficou de breu. O piloto não sabia o que fazer, atrapalhado como se achava com as muitas ilhas ali existentes. Afinal enveredou ao acaso por detrás duma delas a fim de abrigar o navio. Foi feliz. Deu num porto excelente do qual pôde lançar âncora.

         Em seguida os marinheiros tomaram um bote e saíram a fazer um reconhecimento.

         Subiram por um canal, inspecionando as margens, a ver se descobriam alguma fumaça, indício certo de humanidade.

         Como a noite estivesse chegando, o capitão resolveu desembarcar numa ilhota próxima. Os marinheiros fizeram fogo para o jantar, que se compôs de palmitos cortados ali mesmo. Depois dormiram sossegados. Continue lendo “Monteiro Lobato”

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Aventuras de Hans Staden

Capitulos 3 e 4

 

03 – A volta para Lisboa

 

         Saindo do porto de Olinda, que os indígenas chamavam Marim 1, as naus velejaram quarenta milhas ao norte, em demanda da terra dos potiguaras.

         – Que terra era essa, vovó?

         – Essa terra corresponde hoje ao Estado da Paraíba. Havia lá muito pau-brasil, madeira com que os índios comerciavam.

         – Um parêntese, vovó – disse Pedrinho. – Por que motivo naquele tempo lidavam tanto com o pau-brasil e hoje não se fala mais nele? Será que lhe acabaram com a casta?

         – Não, Pedrinho. O que se deu foi que o carvão-de-pedra derrotou o pau-brasil.

         Pedrinho arregalou os olhos. Continue lendo “Monteiro Lobato”

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Aventuras de Hans Staden

              O homem que naufragou nas costas do Brasil em 1.553 e esteve oito meses prisioneiro dos índios tupinambás; narradas por Dona Benta aos seus netos Narizinho e Pedrinho.

 

Capítulos 1 e 2

01 – Quem era Hans Staden

         Dona Benta sentou-se na sua velha cadeirinha de pernas serradas e principiou:

         – Hans Staden era um moço natural de Homberg, pequena cidade do Estado de Hesse, na Alemanha.

         – De S? – exclamou Pedrinho, dando uma risada. – Que engraçado!

         – Não atrapalhe – disse Narizinho. – Assim como em São Paulo há a Freguesia de Nossa Senhora do Ó, bem pode haver o Estado de S na Alemanha. Em que o O é melhor que o S?

         – Não digam tolices – interrompeu Dona Benta. – Esse Estado da Alemanha escreve-se em português h e s s e, diz-se Hessen em alemão. Nada tem que ver com a letra S.

         Depois desta lição Dona Benta continuou:

         – O moço Staden tinha o temperamento aventureiro; não se contentava com o sossego da cidade natal. Queria ver o mundo, viajar, cortar os mares, e insistia nisso por mais que seu pai lhe dissesse que boa romaria faz quem em casa fica em paz. Continue lendo “Monteiro Lobato”

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