O SACI
Capítulos 17, 18, 19 e 20
17 – Meia-noite
Nesse ponto da prosa a flor que servia de relógio abriu-se toda.
— É hora! — exclamou o saci. — Estamos justamente no meio da noite.
Apesar de valente, Pedrinho não deixou de sentir um certo arrepio pelo corpo. Primeira vez na vida em que ia passar uma noite inteira na mata — e não seria uma noite comum, pelo que dizia o saci.
— Não se arreceie de coisa nenhuma. Deixe tudo por minha conta, que nada de mal há de acontecer — disse o saci, correndo os olhos em redor como em procura de alguma coisa. — Venha comigo. Há ali uma peroba minha conhecida, onde encontraremos o melhor dos refúgios.
De fato. Na tal peroba havia um oco a doze pés acima do chão, muito próprio para esconderijo. Dentro dele os dois acomodaram-se à vontade e de modo a tudo poderem ver sem perigo de serem vistos. Continue lendo “Monteiro Lobato – O Saci”