O Sítio… Sexta Parte

REINAÇÕES  DE  NARIZINHO

Sexta Parte: O Gato Felix

1 – A história do gato

            Narizinho não teve o gosto de salvar o príncipe. Quando chegou ao ribeirão do pomar, já nada viu por ali. Certa de que ele se havia salvado a si próprio voltou correndo para casa, ansiosa por conhecer as aventuras do gato Félix. Chegou, botou o gato no colo e disse:

            — Você tem que me contar a sua vida inteirinha, sabe?

            — Pois não — respondeu o gato. — Mas só sei contar histórias de noite. De dia perdem a graça.

            — Neste caso, vá dar um passeio e quando for de noite esteja aqui.

            O gato saiu, passeou pelo sítio inteiro, caçou três ratos e de noite voltou. Tia Nastácia acendeu o lampião da sala. Depois disse: — “É hora, gente!” Todos vieram postar-se em redor do ilustre personagem; dona Benta sentou-se na sua cadeirinha de pernas serradas; Narizinho e Pedrinho sentaram-se na rede; Emília foi para o colo da menina. Até o Visconde de Sabugosa quis ouvir as histórias. Narizinho teve dó do coitado; espanou-lhe o bolor e botou-o num canto da sala, dentro duma lata — para que não sujasse o chão com aquele pó verde. Logo que todos se acomodaram, Emília disse:

            — Comece, seu Félix! E o gato Félix começou.

            — Houve na França um gato muitíssimo ilustre, que era escudeiro do marquês de Carabás — tão ilustre que não há no mundo inteiro criança que o não conheça.

            — Até eu! — gritou Emília. — Era o tal Gato de Botas!… Continue lendo “O Sítio… Sexta Parte”

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O Sítio… Quinta Parte

Reinações de Narizinho

 Quinta Parte: Aventuras Do Príncipe

 1 – O gato Félix

            Num dia de sol muito quente Lúcia e Emília sentaram-se à sombra da jabuticabeira, à espera de Pedrinho que fora ao mato cortar varas para uma arapuca.

            Longo tempo estiveram as duas recordando as festas do casamento, terminadas dum modo tão estranho em virtude da eterna gulodice de Rabicó. De repente, um miado de gato.

            Narizinho admirou-se, porque não havia gatos no sítio.

            — Emília — disse ela de ouvido à escuta — este miado está me parecendo miado do gato Félix…

            Era a primeira vez que a boneca ouvia falar em semelhante personagem.

            — Quem é esse cidadão? — indagou.

            — Oh, é um gato que você nem imagina que gato é, de tão inteligente e reinador! Mete-se nas maiores aventuras, aparece nas fitas de cinema, pinta o sete.

            Ninguém pode com a vida dele. O gato Félix sai vencendo sempre.

            — Nem Tom Mix?

            — Tom Mix vê o gato Félix e bota-se!…

            Emília deu um suspiro. Continue lendo “O Sítio… Quinta Parte”

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O Sítio… Quarta Parte

Reinações de Narizinho

Quarta Parte: O Casamento De Narizinho

1 – A doença do Príncipe

            Depois da viagem de Narizinho ao reino das Águas Claras o príncipe Escamado caiu em profunda tristeza. Emagreceu. Suas escamas foram ficando fininhas como papel de seda. Permanecia horas de olho pregado no trono de onde Narizinho havia assistido ao grande baile da corte, e de vez em quando puxava uns suspiros que pareciam arrancadas com torquês.

      E quanto a apetite, nada. Por mais coisas gostosas que o cozinheiro real inventasse, era sempre aquilo: o príncipe erguia-se da mesa sem tocar em prato algum. Minhocas lindas deixavam-no tão indiferente como se fossem dessas horríveis minhocas de isca, que têm anzol dentro.

            Esse estado de alma do príncipe entristecia bastante a corte. Além de o amarem sinceramente, receavam que no caso da morte do Escamado subisse ao trono alguma piranha de má casta, ou um célebre polvo que se divertia em estrangular os pobres peixes nos seus terríveis tentáculos. Continue lendo “O Sítio… Quarta Parte”

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