apolo e jacinto, 3.
teófilo ordenou que dessem apenas uma ração aos prisioneiros. farta. que fosse bem depois da segunda refeição do castelo.
a senhora achou estranho aquela preocupação Esta malha ficou um pouco apertada afinal ele só liga pra livros e nem quis caçar acho que o desenho da tapeçaria está muito complicado por que se preocupar com presos aquela tela do ano passado estava mais fácil a forca mas não tinha muitas cores pra quando será a forca e ficou um pouco descolorida.
ele queria estar presente na hora, porque tinha certeza de que estariam acordados. vestiu uma túnica leve e penetrou no labirinto secreto das escadas. não sabia o que ia encontrar. Aquele sujo. Há de ser o primeiro a ser enforcado. É o mais vil de todos. Por que fariam tanto barulho? Seria a hora de trocar os sentinelas. Mas o que faz aqui tanto guarda? Apontam as espadas pros ladrões. Um está sem roupa. Opa! Isto é uma violência. Por que ele nem reage, será que já está acostumado? Gente mais suja. Castigarei estes guardas. Por que tanta gente ali? Ah, é ele. Luta! não adianta, bicho sujo, na hora da comida, vocês é que são comidos! filho da puta, só me matando! Não sabia que os guardas fizessem isto. Querem tirar as calças dele. enfia a espada no buxo dessa peste, ô veado, segura firme. isto!, filho duma puta! filho duma puta! E o outro lá, quietinho, já é o segundo que cobre ele. agora este, vamos, não adianta pular. não era bom comer nossas mulheres na floresta?, imbecil! E não é que ele tira a calça sem fazer nada? Acho que vou descer. desça as calças você também, magrelo, tem pau pra todo mundo. Ou será melhor assistir daqui e depois expulsar toda a guarda? chamem o lança! chamem o lança! pelo jeito esse veado é fechado, chamem o lança!
um deles saiu correndo. a soldadesca delirava. os que não se atiravam sobre os presos despidos e seguros firmemente por muitas mãos, se escondiam e se masturbavam, virando o rosto para não perder detalhes.
teófilo correu sobre a grade.
e ainda tem a rataria lá em cima pra roer os cuzinhos dessa veadada, depois.
e atingiu a sua porta secreta. entrou na biblioteca, vestiu o manto sobre a túnica cheia de sujeira, desceu apressado até o porão,
onde está indo?, soldado!
an? bem… estamos trocando a guarda… desculpe, mas…
eu vou na frente. e não dê um pio.
o sentinela se apavorou.
calado! abre a porta!
entrou e avançou até a cela, de onde saiam gritos e risos. um deles o percebeu.
o senhor!
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