A ditadura da imoralidade 04: AS MUI AMIGAS MULTINACIONAIS.
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A ditadura da imoralidade 04: AS MUI AMIGAS MULTINACIONAIS.
A ditadura da burrice 05: RETRATO TRÊS POR QUATRO.
(triolé encadeado)
Você é muito bonzinho
sua bondade me espanta.
Bota pedras no caminho,
você é muito bonzinho.
Não deixa o vilão sozinho,
se ele cai, você o levanta.
Você é muito bonzinho,
sua bondade me espanta.
Bota pedras no caminho
e institui a casa escura.
Mói a todos no moinho,
bota pedras no caminho.
Mata a flor mas deixa o espinho
faz florescer a incultura.
Bota pedras no caminho
e institui a casa escura.
Mói a todos no moinho,
faz da pátria o seu bordel.
Novas leis no pergaminho,
mói a todos no moinho.
Fere a ave, queima o ninho
e liberta a cascavel.
Mói a todos no moinho,
faz da pátria o seu bordel.
Novas leis no pergaminho,
com congresso ou sem congresso.
Silencia o burburinho,
novas leis no pergaminho.
Doa a estopa e veste o linho,
forja na tela o progresso.
Novas leis no pergaminho,
com congresso ou sem congresso.
Silencia o burburinho
nos porões da inquisição.
Dá trator, mas vende ancinho,
silencia o burburinho.
Emprega o tio, o sobrinho
e empresta só ao ladrão.
Silencia o burburinho
nos porões da inquisição.
Dá trator, mas vende ancinho
e planta as garras da morte.
Fala aos do norte em carinho,
dá trator mas vende ancinho.
Dá o latifúndio ao padrinho,
pisa o fraco, eleva o forte.
Dá trator mas vende ancinho
e planta as garras da morte.
Fala aos do norte em carinho
mas emudece a imprensa.
Faz aperto ao colarinho,
fala aos do norte em carinho.
Adia o riso e o vinho,
semeia a convalescença.
Fala aos do norte em carinho
mas emudece a imprensa.
Faz aperto ao colarinho
e degola a liberdade.
Você é muito bonzinho,
faz aperto ao colarinho.
Gera o morcego daninho
Ratifica a orfandade.
Faz aperto ao colarinho
e degola a liberdade.
(canta jorge teles)
Curitiba, agosto, 1976.
Canções Diversas 13: CANÇÃO PARA NINAR TODA A GENTE
Dorme, dorme, mãe,
dorme no meu braço.
Dorme, que eu velo
Pelo teu cansaço.
Dorme, dorme, pai,
dorme em minha mão.
Dorme, que eu vigio
a tua aflição.
Dorme, dorme, amigo,
dorme em meu calor.
Dorme, que eu mitigo,
um pouco, tua dor.
Dorme, companheira,
em minha constância.
Dorme, que eu corrijo
a nossa distância.
Dorme, dorme, filho,
no meu coração.
Dorme, que eu te quero,
mais que filho, irmão.
Dorme, dorme, ausente,
em qualquer cidade.
Dorme, que eu te acordo,
com minha saudade.
Dorme, canto meu,
no meu abandono.
Dorme e me carrega
dentro do teu sono.
(canta jorge teles)
Curitiba, 09.06.1982