apolono kaj hiakinto. 7

apolono kaj hiakinto, 7. 

teofilo malsupreniris kaj vizitis la malliberejon. 
Mi konas ĉi gardiston. Ah!, estas la lanculo, ŝajnigante ke li ne rigardas ŝveliĝintan kvanton da kunpremitaj karnoj. ĉinokte, kiu estos ĉi tie en via posteno? 
ni mem, sinjoro. je la unua horo okazos la interŝanĝo de la gardostarantoj. 
ĉi tien venos pastro. ne faru demandojn. li prezentos ĉi tiun ringon, bone vidu mian blazonon, certe vi konas ĝin, kaj li venos por preni la konfeson de la malliberuloj. eble ankaŭ venos lia helpanto. vi devos sekvi ilin ĝis la ĉeloj. 
kaj rapide foriris. luis’ atendadis en la biblioteko. 
ĉu vi prenis ĝin? 
estas ĉi tie. 
hm!, hm! vere laŭ mia mezuro. la kapuĉo kaŝos mian vizaĝon. ĉu vi volas iri? 
luis’ ne respondis. post iom da tempo, li malsupreniris. jam estis mallume, kiam li revenis kun fruktoj kaj fromaĝo. teofilo manĝis ion, stariĝis ĉe la fenestro kaj atendis iom. 
ĉu vi volas iri? li ripetis. 
mi ne scias. 
estu kuraĝa; tenante lin je la ŝultroj. nenio okazos al ni. Liaj karnoj ankoraŭ estas dolĉaj. Kia stranga rideto! Eskapis de li la brilo de la rigardo. ĉu ni iru? 
jes. ĉu mi estas via helpanto?, do. kun voĉo timema kaj malkuraĝa. 
vi silentos la tutan tempon. mi nur volas koni ilin pli bone. 
Continue lendo “apolono kaj hiakinto. 7”

canção do mosquito do cabra cabrez

CANÇÕES DO PROTESTO INÚTIL

Introdução:

Começo a postar, a partir de hoje, 05 de dezembro de 2013, algumas das canções que fiz de 1976 a 1983.

Reuni-as há uns anos num trabalho com o título acima, dividindo-as em três blocos:

1. Houve ontem uma ditadura, A DITADURA DA BURRICE. Neste bloco, incluo as canções que falam de censura, tortura, medo; os anos de chumbo da ditadura militar.

2. Veio, a seguir, outro tipo de ditadura, A DITADURA DA IMORALIDADE, que, todavia, mantém a burrice anterior. Neste bloco incluo canções que falam da cidadania brasileira, da perplexidade do eleitor e contribuinte diante do poder aparentemente democrático. Ao longo dos anos vou substituindo os nomes dos pilantras de plantão.

3. Mudemos de assunto, porém, que o estômago é fraco. Aqui, entram as canções de temas variados.

 Para facilitar, vou simplificar os títulos, porque quero apresentá-las aleatoriamente: A DITADURA DA BURRICE, A DITADURA DA IMORALIDADE, CANÇÕES DIVERSAS.

 

A DITADURA DA BURRICE 01. Canção do Mosquito do Cabra Cabrez


Você vem me dizer
que eu sou uma coisinha à toa;
mas sei mostrar
com quantos paus se faz uma canoa.

Você é Polifemo,
o grande poltrão das fanfarrices.
Mas eu serei o manhoso e astuto Ulisses.

Você se diz rei,
e não admite nenhum ultraje.
Mas eu serei o debochado Bocage.
Você é um Golias,
querendo tomar tudo pra si.
Mas eu serei o pequenino Davi.

Você é muito forte,
e contra você ninguém se atreve.
Mas eu serei como uma bolinha de neve.

Você é o Gigante,
e com você ninguém se mete.
Mas eu serei o alfaiate Mata-Sete.

Você é um grandalhão
dos que fazem da gente picolé.
Mas eu serei um espinho no seu pé.

Você, que é o Cabra Cabrez
e pensa que o seu poder é infinito.
Olhe, eu estou aqui. Eu sou o Mosquito.

Curitiba, 11.nov.77.

apolo e jacinto, 7

apolo e jacinto, 7.

assim que desceu, teófilo visitou a prisão.
Conheço este guarda. Ah!, é o lança, disfarçando o olhar para um punhado estufado de carnes comprimidas. hoje à noite, quem estará aqui no seu lugar?
nós mesmos, senhor. na primeira hora trocam os sentinelas.
virá aqui um padre. não lhe façam perguntas. ele lhes apresentará este anel, veja bem meu brasão, você o conhece, com certeza, e entrará para confessar os prisioneiros. talvez venha também o seu ajudante. você deverá seguí-los até as celas.
  e subiu rápido. luis o esperava na biblioteca.
conseguiu?
está aqui.
hm!, hm! é bem o meu tamanho. o capuz cobrirá minha cara. você quer ir?
luis não respondeu. depois de algum tempo, desceu. já estava escuro quando ele voltou, com frutos e queijo. teófilo comeu alguma coisa, postou-se junto à janela e esperou um pouco.
você quer ir?, repetiu.
não sei.
tenha coragem; segurando-o pelos ombros. nada nos acontecerá. Suas carnes são macias, ainda. Que sorriso estranho! Fugiu-lhe o brilho daquele olhar. vamos?
vamos. sou seu ajudante? com voz medrosa e escondida.
ficará calado todo o tempo. eu apenas quero conhecê-los melhor.
Continue lendo “apolo e jacinto, 7”