Monteiro Lobato

Fábulas

Fábulas 29, 30, 31, 32, 33, 34 e 35

 

29 – O sabiá na gaiola

         Lamentava-se na gaiola um velho sabiá.

         – Que triste destino o meu, nesta prisão toda a vida… E que saudades dos bons tempos de outrora, quando minha vida era um contínuo pular de galho em galho à procura das laranjas mais belas… Madrugador, quem primeiro saudava a luz da manhã era eu, como era eu o último a despedir-me do sol à tardinha. Cantava e era feliz…

         – Um dia, traiçoeiro visgo me ligou os pés. Esvoacei, debati-me em vão e vim acabar nesta gaiola horrível, onde saudoso choro o tempo da liberdade. Que triste destino o meu! Haverá no mundo maior desgraça?

         Nisto abre-se a porta da sala e entra o caçador, de espingarda ao ombro e uma fieira de pássaros na mão. Continue lendo “Monteiro Lobato”

Lobato en Esperanto – 06

Fabloj

Fabloj 22, 23, 24, 25, 26, 27 kaj 28

 Tradukis Jorge Teles

 

22 – La Morto kaj la arbohakisto

         Maljunulo, vere maljuna, vivadis de kolektado de brullignon en la arbaro. La faskoj tamen, tago post tago, iĝadis pli kaj pli pezaj. Li stumbladis, preskaŭ faladis, kaj iun tagon li vere falis. Li perdis la paciencon kaj amare lamentis:

         – Morto preferindas! Al kio utilas la vivo, se mi eĉ ne sukcesas kunporti ĉi mizeran faskon da lignaj pecoj? Venu, ho Morto, venu por liberigi min je la pezo de ĉi tiu senutila vivo.

         Li klopodis por levi la faskon. Li ne sukcesis kaj, sentante sin senkuraĝigita, je la dua fojo li alvokis la Maldikulon.

         – Kial vi daŭras tiel longe, Morto? Venu, mi jam petis, venu kaj liberigu min je la ŝarĝo de la vivo. Vi ĉirkaŭiras la tutan mondon, vi prenas infanojn kaj forgesas pri mi, kiu alvokas vin…

         Kaj jen la Morto aperis al li – malbelega, kun hida kranio, la interfrapiĝantaj ostoj kaj la falĉilo en la mano. Continue lendo “Lobato en Esperanto – 06”

Monteiro Lobato

Fábulas

Fábulas 22, 23, 24, 25, 26, 27 e 28

 

22 – A Morte e o lenhador

         Um velhinho, muito velho, vivia de tirar lenha na mata. Os feixes, porém, cada vez lhe pareciam mais pesados. Tropicava com eles, quase caía, e um dia caiu de verdade, perdeu a paciência e lamentou-se amargamente:

         – Antes morrer! De que me vale a vida, se nem com este miserável feixe posso? Vem, ó Morte, vem aliviar-me do peso desta vida inútil.

         Tentou erguer a lenha. Não pôde e, desanimando, invocou pela segunda vez a Magra.

         – Por que demoras tanto, Morte? Vem, já pedi, vem aliviar-me do fardo da vida. Andas pelo mundo a colher criancinhas e esqueces de mim que te chamo…

         A Morte foi e apareceu – horrenda, escaveirada, com os ossos a chocalharem e a foice na mão. Continue lendo “Monteiro Lobato”