dante alighieri – vita nova 03. piangete, amanti…

Dante Alighieri – Vita Nova 03
Piangete, amanti, poi che piange Amore… (sonetto)

    Piangete, amanti, poi che piange Amore,
udendo qual cagion lui fa plorare.
Amor sente a Pietà donne chiamare,
mostrando amaro duol per li occhi fore.
    Perchè villana Morte in gentil core
ha miso il suo crudele adoperare,
guastando ciò che al mondo è da laudare
in gentil donna sovra de l’onore.
    Audite quanto Amor le fece orranza,
ch’io ‘l vidi lamentare in forma vera
sovra la morta imagine avvenente;
    e riguardava ver lo ciel sovente,
ove l’alma gentil già locata era,
che donna fu di sì gaia sembianza.

(canta Diego Junior)

GIL VICENTE 20. CORTES DE JÚPITER (1521)

Venus

Resumo:

A Providência entra, enviada por Deus. Faz vir a Júpiter, rei dos planetas. A infanta portuguesa Beatriz, filha de Dom Manuel, está de partida para Sabóia, para casar-se com o duque. O rei dos deuses deve ordenar ao mar e aos ventos tranquilidade para a viagem. Entram os quatro Ventos. Tocam trombetas para chamar o Mar. Vem o Mar, furioso. Diz a Júpiter que só obedece à Lua. Vêem a seguir o Sol, a Lua e Vênus (a Estrela Dalva). Júpiter dá as ordens. E os deuses começam a organizar o séquito da infanta: nobres, damas e gente da corte, metamorfoseados em peixes e aves, deverão acompanhar a frota pelo rio Tejo até a entrada no mar, quando ouvirão o canto de cento e trinta mil sereias. Vem Marte, que acompanhará o cortejo, para que não haja ataque de inimigos. O canto de um romance, que narra a viagem da infanta, desencanta uma Moura com seu linguajar estropiado (Mi no xaber que exto extar, mi no xaber que exto xer, mi no xaber onde andar – Não sei onde estou, não sei o que é isto, não sei por onde ando). A Moura entrega à Infanta 3 prendas mágicas. Cantam e finda-se a peça.

GV043. Sol

Niña erguedme los ojos,
Que a mi namorado m’hão.

(canta João Batista Carneiro)

GV044. Lua

Eu m’era Dona Isabel,
Agora raia do alto.

(canta Carmen Ziege)

GV045. Sol

Yo me soy Pero Çafío.

(canta João Batista Carneiro)

GV046. Júpiter

Não me quiz casar meu pae,
Ora folgae.

(canta Carmen Ziege)

GV047. Sol

Aquel caballero, madre, se me habrá
Con tan mala vida como há?

(canta Carmen Ziege)

 GV048. Sol

A que horas me mandais
Aos olivaes!

(canta Jorge Teles)

GV049. Venus

Nunca fue pena mayor,
Ni tormento tan estraño
Que iguale con el dolor.

(canta Carmen Ziege)

GV050. Venus

Estes meus cabellos, madre,
Dos á dos me los lleva el aire.

(canta Jorge Teles)

GV051. Venus

De vos y de mi quejoso,
De vos porque sois esquiva.

(canta Carmen Ziege)

 GV052. Venus

Enganado andais, amigo,
Comigo;
Dias ha que vo-lo digo.

(canta Carmen Ziege)

GV053. Júpiter

Gentil dama valerosa,
Y doncella por cuyo amor.

(canta João Batista Carneiro)

GV054. Júpiter

Sem mais mando nem mais rôgo
Aqui me tendes, levae-me logo.

(canta Carmen Ziege)

GV055. Sol

Al dolor do mi cuidado,
Y en tus manos la mi vida,
Me encomiendo condenado.

(canta João Batista Carneiro)

 GV056. Sol

Se disserão digão alma mia.

(canta Carmen Ziege)

 GV057. Sol

Por el rio me llevad, amigo,
Y llevadme por el rio.

(canta Carmen Ziege)

GV058. Todos

Niña era la Ifanta,
Doña Beatriz se decia,
Nieta del buen Rey Hernando,
El mejor Rey de Castilla.
Hija del Rey Don Manuel
Y Reina Dona María.
Reyes de tanta bondad
Que tales dos no habia.
Niña la casó su padre,
Muy hermosa á maravilla,
Con el Duque de Saboya,
Que bien le pertenecia,
Señor de muchos señores,
Mas que Rey es su valia.
Ya se parte la Ifanta,
La Ifanta se partia
De la muy leal ciudad
Que Lisbona se decia;
La riqueza que llevaba
Vale toda Alejandria.
Sus naves muy alterosas,
Sin cuento la artilleria;
Va por el mar de Levante,
Tal que temblaba Turquia.
Con ella va el Arzobispo
Señor de la Cleresia;
Van condes y caballeros
De muy notable osadía;
Lleva damas muy hermosas,
Hijas dalgo y de valía.
Dios los lleve á salvamiento
Como su madre querria.

(canta Jorge Teles)

 

Comentário:

Famosa obra de Gil Vicente. Já à maneira renascentista, mistura o maravilhoso pagão ao maravilhoso cristão. Observe-se, porém, que não comparecem os deuses mas os astros a que eles se referem: Júpiter, o Sol, a Lua e a Estrela Dalva (Vênus) Pela presença destes e dos ventos, a obra se constitui num exemplo rico de um espetáculo feérico, grandioso.
A peça foi encenada como ponto culminante de uma festa que durou a tarde e a noite, na véspera da partida da infanta para a Itália. Durante o dia um faustoso cortejo percorreu as ruas de Lisboa, indo do Palácio à Igreja da Sé, e indo dali para o paço da rainha viúva, Dona Leonor, para a despedida da infanta. Voltando ao Palácio por outro caminho, houve um baile – o rei dançou com a filha – e encerrou-se a noite com a apresentação da peça de Gil Vicente.
Pela maneira como os astros-deuses distribuem as transformações da nobreza em peixes e aves, para que sigam o cortejo das treze naus até o mar, designando alguns deles pelos nomes e grau de nobreza, a história de Portugal acaba fazendo parte da peça, já que a platéia está inserida na encenação.
Toda a peça é em português, com frases de canções em castelhano. O romance no entanto, que faz um resumo de toda a saga da viagem, é  em castelhano.
Almeida Garret (1799-1854), em 1838, apresentou a peça Um auto de Gil Vicente, com a explícita intenção de inaugurar o moderno teatro português. A trama gira em torno da encenação de Cortes de Júpiter, aparecendo como personagens Gil Vicente, Paula Vicente, sua filha, Bernardim Ribeiro (poeta contemporâneo) e pessoas da Corte. Bernardim Ribeiro ama a infanta Beatriz. Sabendo da encenação na véspera de sua partida, disfarça-se e assume o papel da Moura, entregando-lhe um anel como prenda. O rei Don Manuel percebe algo estranho e suspende a apresentação. A infanta desmaia. No dia seguinte Bernardim consegue entrar na nau que levará Dona Beatriz e faz sua declaração de amor.
(Obs: Há citações de trechos curtíssimos de canções populares; juntei-as em 4 sequências e criei um pequeno interlúdio entre elas, com variações).

RAKONTU ALIAN ANJO 10. LA RUZA ŜTELISTO (dua parto)

o ladrão ladino (segunda parte)

desegnaĵo de ricardo garanhani
    

     Iam, nia ŝtelisto rimarkis ke la mono finiĝadis. Li decidis ion ŝteli pro tio, ke ili ne havu necesbezonon. Li decidis ŝteli en la reĝa kastelo. Li iris ĝis la kastelo kaj diris ke li volas esti gardisto ĉe la reĝo. La kapitano, antaŭ tiu forta kaj bela junulo, akceptis lin kaj post kelkaj tagoj, li servadis en la trezorejo. Nu, anstataŭ enira pordo oni faris kaptilon, specon de muelilo je akraj metalpadeloj, akraj kvazaŭ tranĉiloj, kaj tiu, kiu volus eniri tra tiu pordo estus tranĉdispecigita. Tiam la ŝtelisto bone studis tiun dentradaron kaj ne plu servis en la kastelo.
Poste, nokte li eniris en la kastelo kaj iris ĝis la trezorejo. Li prenis ferstangeton kaj enmetis ĝin en truon, kiun li eltrovintis kaj haltigis la radon. Li eniris la ĉambron, tre zorgeme, sen tuŝo sur la akraj padeloj, ĉar li sciis ke, se ili iomete moviĝus, la ferstangeto rompiĝus kaj li estus tranĉdispecigita. Li ŝtelis iom da oro kaj elirinte fortiris la ferstangeton. La padeloj denove turniĝis.
Li kunportis la monon hejmen kaj tiom estis la oro en la kastelo ke neniu rimarkis ian mankon.
Kaj tiamaniere okazis dum multe da tempo. Li iradis, li haltigis la radon, li eniris kaj ŝtelis kaj ĉio restis egale kaj li iris hejmen.
Okazis ke, iam, lia patro volis ŝteli kun li. Li diris ne, pro la danĝero. Sed la patro tiel obstinis kaj tiel insistis ke li decidis konduki lin.

Continue lendo “RAKONTU ALIAN ANJO 10. LA RUZA ŜTELISTO (dua parto)”