lulkanto por ĉiuj homoj 

dormu, panjo, dormu,

nun, en mia paco.

zorgos mi pri via

senkompata laco. 

 

dormu, paĉjo, dormu,

en mia sereno.

mi vin gardos kontraŭ

mortiga ĉagreno. 

 

dormu vi, amiko,

en mia fervoro.

mi protektos vin

de l’ monda doloro. 

 

kunulino, dormu,

en mia intimo.

mi vin vartos pro

nia malproksimo. 

 

dormu, filo, dormu,

dormu vi, amato.

mi preferas vin

pli ol filo, frato. 

 

dormu, forestanto,

sen ia deziro.

mi vin vekos ĉie

per mia sopiro. 

 

dormu, kanto mia,

en mia poemo.

kaj nestigu min

en via dormemo.

o cabra cabrez

ana eduarda

 O CABRA CABREZ

(esta pecinha foi apresentada com fantoches no aniversário de 5 anos do Bruno; agora, 2009, Ana Eduarda ilustrou)

                                        ana eduarda

MOSQUITO (todo machucado, canta acompanhado do violão):

  A vida é dura
  E fez-se noite escura;
  A luz foi presa
  No gatilho do forte.
  A espada fura,
  E  leva à sepultura;
  Canta a tristeza
  O estribilho da morte.

  São os donos do medo.
  Os donos do enredo.
  Os donos do degredo.
  Do brinquedo.
  Do arremedo
(sai).

COELHO (entra): Como vão, meus amiguinhos?
  Mas que dia mais bonito!
  Sabem por que estou aflito?
  Recebo hoje uns vizinhos

  Que eu resolvi convidar.
  Por isso vou à cidade
  E uma grande quantidade
  De comida vou comprar.

  Pão, azeite, ovos, vinho,
  Cenouras, alface, sal.
  Vou no Mercado Central
  Que lá é tudo fresquinho.

  E quando a noite chegar
  Vai ser grande a agitação.
  Pois ao som do violão
  Todo mundo vai dançar.

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 CONTA OUTRA VÓ 01. DONA MARIQUINHA QUI TU RANGO RANGO

dona mariquinha

 

        (ilustração de Ricardo Garanhani)

Era uma vez uma solteirona já meio velha, chamada dona Mariquinha. Ela era solteirona porque rejeitou todos os pretendentes que tinham aparecido. Quando resolveu se casar ninguém quis saber dela porque já estava ficando toda enrugadinha.

Naquele tempo as solteironas moravam com os pais. Bordavam, costuravam, ajudavam nos serviços da casa e cuidavam dos sobrinhos. Mas essa dona Mariquinha… não tinha pai! Não tinha mãe! Nem irmão! Até o padrinho já tinha morrido e da madrinha ela nunca se lembrou de nada.

Por isso ela vivia sozinha numa casinha bem distante, na roça. Mas ela tinha uma companhia! Ah! Era uma cachorrinha muito treteira, muito ladina, muito inteligente!

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