Monteiro Lobato – Caçadas de Pedrinho

MONTEIRO LOBATO

 Caçadas de Pedrinho

 Capítulos 7 e 8

 

7 – O assalto das onças

               Depois de tomado o café com farinha de milho, Pedrinho pendurou o Visconde no galho mais alto duma árvore próxima, armado do binóculo de Dona Benta, para dar aviso da chegada das onças. O nobre fidalgo, porém, sempre tivera o costume de acordar tarde, ali pelas dez horas, mais ou menos. Em vista disso resolveu dormir no seu galhinho, certo de que só lá pelas dez horas as onças viriam. Dormiu e, portanto, não pôde dar aviso da chegada das onças, que já estavam bem perto. Quem percebeu a aproximação delas foi a Emília, que tinha um faro maravilhoso.

               – Estou sentindo no ar um cheirinho de onça! – exclamou, em certo momento. Por força da sugestão ou porque de fato andasse pelo ar algum cheiro de onça, todos ergueram o nariz e sentiram um forte cheiro de onça. Como é então que o Visconde não dava nenhum aviso?     Pedrinho correu ao terreiro e gritou:    

               – Avise duma vez, palerma! Não vê que as onças já estão chegando? O pobre fidalgo acordou com o berro e ainda cheio de sono espiou pelo binóculo, mas em sentido contrário, de modo que viu as onças muitíssimo longe. Continue lendo “Monteiro Lobato – Caçadas de Pedrinho”

Monteiro Lobato en Esperanto – 03

 Ĉasadoj de Peĉjo

 Ĉapitroj 5 kaj 6

 Tradukis Jorge Teles

 

5 – La defenda strategio

            – Ili mortigis mian edzinon! – diris, kun tremanta voĉo pro kolero, grandega jaguarego (kiel Emilja kutimis diri). – Mi estas vidvo de mia amata jaguarino per la artoj de tiuj perversaj geknaboj de la bieneto de sinjorino Benta. Ili mortigis ŝin kaj trenis ŝin, ligita per lianoj, al la korto de la dometo kie ili loĝas. Tie ili senfeligos ŝin, kaj, post etendado kaj sekado sub la suno, la felo funkcios kiel tapiŝo en la verando. Nu, tio estas krimo, kiu postulas la plej kompletan venĝon. Milito, do! Mortomilito al tiu amaso da malbonfarantoj.

            – Milito! Milito! – ekkriis la ocelotoj kaj la amerikanaj musteloj kaj la kerdokionoj.

            La jaguarego iĝis kontenta antaŭ tiu entuziasmo.

            – Ni interkonsentu pri la jeno, – li diris. – Morgaŭ matene ni ĉirkaŭos la domon, por ke neniu eskapu. La amerikanaj musteloj kaj la kerdokionoj gardos la flankojn kaj ni, jaguaroj, atakos de la fronto.

            – Brave! Brave! Ni faros tiele! – kriis la bestaro unuvoĉe. Continue lendo “Monteiro Lobato en Esperanto – 03”

Monteiro Lobato – Caçadas de Pedrinho

MONTEIRO LOBATO

Caçadas de Pedrinho

Capítulos 5 e 6

5 – A defesa estratégica

         – Eles mataram minha esposa! – clamava com voz trêmula de cólera um enorme onção (como dizia a Emília). – Estou viúvo da minha querida onça por artes daqueles meninos daninhos do sítio de Dona Benta. Mataram-na e levaram-na de arrasto, amarrada com cipós, até o terreiro da casinha onde moram. Tiraram-lhe a pele, que depois de esticada e seca ao sol está servindo de tapete na varanda. Ora, isto é crime que pede a mais completa vingança. Guerra, pois! Guerra de morte a essa ninhada de malfeitores.

         – Guerra! Guerra! – exclamaram as jaguatiricas e suçuaranas e cachorros-do-mato e irarás ali reunidas (como queria a Emília).

         O onço agradou-se daquele entusiasmo.

         – Combinemos o seguinte – disse ele. – Amanhã de manhã cercaremos a casa de modo que ninguém escape. As irarás e cachorros-do-mato guardarão os lados e nós, onças, atacaremos pela frente.

         – Bravos! Bravos! Assim o faremos! – gritaram, em coro, as feras. Continue lendo “Monteiro Lobato – Caçadas de Pedrinho”