Monteiro Lobato

Fábulas

Fábulas 43, 44, 45, 46, 47, 48 e 49

 

43 – Os dois ladrões

         Dois ladrões de animais furtaram certa vez um burro, e como não pudessem reparti-lo em dois pedaços surgiu a briga.

         – O burro é meu! – alegava um. – O burro é meu porque o vi primeiro…

         – Sim – argumentava o outro –, você o viu primeiro; mas quem primeiro o segurou fui eu. Logo, é meu…

         Não havendo acordo possível, engalfinharam-se, rolaram na poeira aos socos e dentadas. Enquanto isso um terceiro ladrão surge, monta no burro e foge de galope.

         Finda a luta, quando os ladrões se ergueram, moídos da sova, rasgados, esfolados…

         – Que é do burro? Nem sombra! Continue lendo “Monteiro Lobato”

Lobato en Esperanto – 06

Fabloj

Fabloj 36, 37, 38, 39, 40, 41 kaj 42

 Tradukis Jorge Teles

 

36 – La muŝo kaj la formiko

         – Mi estas nobelo! – diris la muŝo al la eta formiko, kiu marŝadis kun rozuja folio. – Mi ne laboras, mi surteriĝas sur ĉiuj tabloj, mi lekas ĉiujn bongustaĵojn, mi marŝas sur la genuoj de la fraŭlinoj – kaj mi eĉ sidas sur iliaj nazoj. Kia mirinda vivo, la mia…

         La eta formiko mallevis la ŝarĝon, viŝis la frunton kaj diris:

         – Malgraŭ tio, mi ne envias la bonŝancon de muŝoj. Ili estas malŝatataj. Neniu ilin amas. Ĉiuj forpelas ilin kun abomeno. Kaj la plej malagrabla afero estas, ke ili havas malnoblan lulilon: ili naskiĝas en sterkejoj.

         – Bone bone! – diris la muŝo. – Vivu mi kontenta, pri enviulo, indiferenta. Continue lendo “Lobato en Esperanto – 06”

Monteiro Lobato

Fábulas

Fábulas 36, 37, 38, 39, 40, 41 e 42

 

36 – A mosca e a formiguinha

         – Sou fidalga! – dizia a mosca à formiguinha que passava carregando uma folha de roseira. – Não trabalho, pouso em todas as mesas, lambisco de todos os manjares, passeio sobre o colo das donzelas – e até me sento no nariz. Que vidão regalado o meu…

         A formiguinha arriou a carga, enxugou a testa e disse:

         – Apesar de tudo, não invejo a sorte das moscas. São malvistas. Ninguém as estima. Toda gente as enxota com asco. E o pior é que têm um berço degradante: nascem nas esterqueiras.

         – Ora, ora! – exclamou a mosca. – Viva eu quente e ria-se a gente. Continue lendo “Monteiro Lobato”