dante alighieri – vita nova 19. vede perfettamente…

Dante Alighieri – Vita Nova 19
Vede perfettamente onne salute… (sonetto)

Vede perfettamente onne salute
chi la mia donna tra le donne vede;
quelle che vanno con lei son tenute  
di bella grazia a dio render merzede.
E sua bieltate è di tanta vertute,
che nulla invidia a l’altre ne procede,
anzi le face andar seco vestute
di gentilezza, d’amore e di fede.
La vista sua fa onne cosa umile;
e non fa sola sé parer piacente,
ma ciascuna per lei riceve onore.
Ed é ne li atti suoi tanto gentile,
che nessun la si può recare a mente,
che non sospiri in dolcezza d’amore.

(canta jorge teles)
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Prometeu – Goethe

PROMETEU – Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832)

Cubra, Zeus, o teu céu
Com nuvens de vapor!
E como um menino
Que corta os cardos
Exercite-se em carvalhos e montes.
Mas a minha terra,
Deixe-a em paz.
E minha cabana,
Feita, não por você,
E o meu fogão,
Por cujas brasas
Você me inveja.

Sob o sol não conheço quem seja
Mais pobres que vocês, deuses.
Cheios de aflição, vocês nutrem,
Com o tributo de vítimas,
E orações suspiradas,
A sua Majestade,
E sentiriam fome
Se não houvesse crianças e mendigos
E tolos cheios de esperanças.

Quando eu era menino,
Nada sabendo, ingênuo, inconsciente,
Levantei o meu olhar errante
Até o Sol, como se acima houvesse
Ouvido para ouvir o meu lamento 
E coração como o meu,
Para ter piedade de minha dor.

Quem me ajudou
Contra a arrogância dos Titãs?
Quem me livrou da morte
E da escravidão?
Não foi você sozinho quem isto cumpriu?,
Coração de santo ardor!
E assim ardendo, jovem e bom,
Traído, ainda agradeceu
Ao que dorme lá em cima?

Honrar a você? Para quê?
Você alguma vez aliviou
A dor do angustiado?
Você alguma vez fez secar
O pranto do aflito? 
Quem forjou em mim o Homem
Não foi o Tempo onipotente
E o Fado eterno?,
Senhores de mim e de você!

Então você acha
Que eu deva odiar a vida
E fugir para um deserto
Só porque nem todas as ilusões
Se realizaram?

Aqui eu me sento e faço homens
À minha imagem,
Numa linhagem que seja igual a minha,
Para sofrer, chorar,
Gozar e ser feliz,
E ignorar você,
Como eu faço.
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o dia sem nome, 5.

O dia sem nome, 5.

Varsóvia, dia 14 de abril, 17 horas

Julek, quatro anos, trepado nos ombros do pai, observa o cortejo. Homens e mulheres vestidos com roupas coloridas, desfilam dançando e rindo. Julek não sabe o porquê da festa. Não entendeu o que disse o tio, ao falar de vinte anos de independência. As crianças ganharam uma bandeirinha branca com letrinhas vermelhas mas Julek esqueceu o que estava escrito na sua e pergunta à sua mãe o que está desenhado aqui mas ela faz psiu e continua olhando e rindo.
Os homens e as mulheres continuam passando e Julek não entende de onde eles saem porque olha em volta e só vê cabeças, louras, morenas, toucas, flores, bonés. No princípio eles tinham roupas diferentes, pareciam ursos de tão peludos. Depois, passaram muitos homens e mulheres amarrados com correntes, com enormes pesos, Julek perguntou e o pai falou você pergunta demais e ele ficou triste mas o tio falou eles representam o tempo da escravidão e Julek perguntou o que é escravidão e a mãe fez psiu fica quieto ou vamos para casa. Então o tio o pegou no colo e o beijou e disse escravidão é quando homens maus e cheios de espingardas obrigam todo mundo a trabalhar para eles. Aí uma música bem forte começou a tocar e Julek percebe que não está vendo mais os dançarinos e começa a trepar nos ombros do tio e o tio o levanta lá no alto mas sua bandeirinha cai e ele começa a chorar. A mãe se abaixa, o pai fala alguma coisa, o tio diz que não conseguimos mais achar porque está muito apertado mas a velha que está do lado diz fica com esta aqui e dá um beijo na testa de Julek. A bandeirinha nova não está amassada e Julek pergunta à velhinha o quê que está desenhado aqui e ela diz com os olhos brilhando
paz e liberdade.
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