dante alighieri – vita nova 02. o voi che per la via…

Dante Alighieri – Vita Nova 02
O voi che per la via d’Amor passate… (sonetto)*

    O voi che per la via d’Amor passate,
attendete e guardate
s’elli è dolore alcun, quanto ‘l mio, grave;
e prego sol ch’audir mi sofferiate,
e poi imaginate
s’io son d’ogni tormento ostale e chiave.
    Amor, non già per mia poca bontate,
ma per sua nobiltate,
mi pose in vita sì dolce e soave,
ch’io mi sentia dir dietro spesse fiate:
“Deo, per qual dignitate
così leggiadro questi lo core have?”
    Or ho perduta tutta mia baldanza
che si movea d’amoroso tesoro;
ond’io pover dimoro,
in guisa che di dir mi ven dottanza.
    Sì che volendo far come coloro
che per vergogna celan lor mancanza,
di fuor mostro allegranza,
e dentro da lo core struggo e ploro.

(canta Jorge Teles)

* Este tipo de soneto é chamado soneto duplo, porque tem 6 versos a mais, com seis silabas (após o primeiro e o terceiro, nos quartetos, após o segundo, nos tercetos).

Visitas: 536

dante alighieri – vita nova 01. a ciascun’alma…

Dante Alighieri – Vita Nova 01.
A ciascun’alma presa e gentil core… (sonetto)

Nota: O livro Vita Nova (Vida Nova) de Dante Alighieri (1265-1321) é considerado por muitos o primeiro romance italiano, ainda que não tenha a tradicional trama romanesca. Apresenta uma sequência de 31 poemas entremeados por comentários e explicações sobre cada poesia, enquanto o autor narra como conheceu Beatriz, ela com oito anos, ele com nove, até a morte dela. Na verdade, Dante só a viu duas vezes. Tanto ele como ela se casaram com outra pessoa. O amor de Dante é, portanto, absolutamente platônico, repete o idealismo dos poetas provençais, para quem a dama amada é uma figura inatingível. Dante pertencia a um grupo de poetas “modernos”, que criara o “dolce stil nuovo”, doce novo estilo, com o qual pretendiam um equilíbrio formal, sem excessos nem artifícios.
    Ao final do livro Dante diz ter tido uma visão maravilhosa sobre a qual deve se calar. E acrescenta que levará o resto da vida preparando-se para falar de sua dama “o que jamais foi dito de nenhuma outra”. Com efeito, no seu prodigioso poema cósmico A Divina Comédia, Beatriz é quem o conduz na parte final do Purgatório e nas paisagens do Paraíso.

a. A Morte (retrato)
b.
    A ciascun’alma presa e gentil core
nel cui cospetto ven lo dir presente,
in ciò che mi rescrivan suo parvente
salute in lor segnor, cioè Amore.
    Già eran quasi che atterzate l’ore
del tempo che onne stella n’è lucente,
quando m’apparve Amor subitamente,
cui essenza membrar mi dà orrore.
    Allegro mi sembrava Amor tenendo
meo core in mano, e ne le braccia avea
madonna involta in un drappo dormendo.
    Poi la svegliava, e d’esto core ardendo
lei paventosa umilmente pascea:
appresso gir lo ne vedea piangendo.

(canta Kowalski)

Visitas: 659