canção 18. ai de nós

A ditadura da imoralidade 05: AI DE NÓS!

“O entreguismo não se dá apenas com a entrega de estatais, a preço de banana. Também se dá com a doação da poupança de toda uma nação às Centrais Internacionais de Agiotagem”. (Do livro: Elogio da Obscenidade, de Erasmus de Roter-dão).

Nota: esta canção é de outubro de 1977, mas, a cada temporada, sofre correção política e é atualizada; infelizmente há sempre uma canalha de plantão, para receber a carga triste dessa homenagem invertida; quanto ao partido citado, poderia ser qualquer outro; coloco o PT porque foi nele que votei a vida inteira, desde a ditadura, até ficar provado que minha confiança era ingenuidade e ambas estavam sendo traídas.

Assim como está, não dá.
Do jeito que vai, a casa cai.

O nosso imposto? – Desgosto!
A grana moleca? – Na cueca!
A nossa justiça? – Postiça!
Brasília sapeca? – Defeca!

E o congresso sofista? – Otimista!
E a Mídia escapista? – Otimista!
E o ex-sindicalista? – Otimista!
E o PT
que camufla,
protege,
e esconde
e mantém
vigarista? – Otimista!

Assim como está, não dá.
Do jeito que vai, a casa cai.

A nossa saúde? Ataúde!
O Banco Central? – Chacal!
E a malversação? Sei não!
Qualquer estatal? – Baal!

E o ministro trocista?
– Otimista!
A moça terrorista?
– Otimista!
E o grande entreguista?
– Otimista!
E o PT
que camufla,
protege,
e esconde
e mantém
vigarista?
– Otimista!

Assim como está, não dá.
Do jeito que vai, a casa cai.

Os aposentados? – Coitados!
E o banco, inocente? – Contente!
Os bons deputados? – Safados!
Mas, o Presidente? – Ausente!

E o partido casuísta?
– Otimista.
O povão comodista?
– Otimista.
E o rei absolutista?
– Otimista.
E o PT
que camufla,
protege,
e esconde
e mantém
vigarista?
– Otimista!

 

(canta jorge teles

Curitiba, outubro.1977

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