A ditadura da imoralidade 03: SAMBA ENREDO, CANTADO PELA MAIOR ESCOLA-DE-SAMBA DO MUNDO, 200 MILHÕES, NUM DESFILE QUE DURA O ANO INTEIRO, MENOS NO CARNAVAL.
“Professor, o que é que eles falam? Os honestos falam que, infelizmente, é assim mesmo. Os desonestos falam que é difamação e calúnia”. (do livro: Elogio da Obscenidade, de Erasmus Brasilianus)
É um grande incompetente,
Um João-ninguém incoerente.
Lacaio mais que obediente
Do lobby mais que indecente.
Pesadelo permanente,
Não passa de um imprudente
Legislador delinqüente
Da pizza inconseqüente.
Satanás, acuda,
Seja indulgente.
Dá um jeito no Zé
Que faz as leis pra gente.
Filhos de puta são poucos
Mas filhos-da-puta são tantos…
Só que é difícil encontrá-los
Pois falam a fala dos santos.
Filhos de puta são poucos
Mas filhos-da-puta são tantos…
Reconhecê-los não vamos,
Só mostram sorrisos e encantos.
Filhos de puta são poucos
Mas filhos-da-puta são tantos…
São isentos, são imunes
A figas, mandingas, quebrantos.
Filhos de puta são poucos
Mas filhos-da-puta são tantos…
Brilham, refulgem, desfrutam,
Escondidos nos seus recantos.
É um macaco boçal,
Chega a ser desnatural,
É um asno habitual
Teimoso piramidal.
Uma glória nacional,
Legislador canibal,
Quanto mais irracional
Mais se acha professoral.
Satanás, acuda
Livra-nos do mal.
Desmancha o desfile
Desse carnaval.
Filhos de puta são poucos
Mas filhos-da-puta são tantos…
Vivem de sangue e não ouvem
Lamentos, gemidos e prantos.
Filhos de puta são poucos
Mas filhos-da-puta são tantos…
Eles se vendem, se trocam,
Se entendem com seus contracantos.
Filhos de puta são poucos
Mas filhos-da-puta são tantos…
Ninguém quer apedrejá-los
Pois vestem mantos sacrossantos.
Filhos de puta são poucos
Mas filhos-da-puta são tantos…
São eles os responsáveis
Por vivermos dias de espanto.
(uivos indignados de Abel, Luvita, Noé, Sudá, Abrão e Oliba)
Curitiba, 13.09.1777
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