Memórias da Emília, ÍNDICE

Monteiro Lobato

Memórias da Emília  Capítulos 1, 2 e 3   1 – Emília resolve escrever suas Memórias. As dificuldades do começo.…

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Memórias da Emília  Capítulos 4, 5 e 6   4 – O anjo falso. Protesto das crianças inglesas. Aparece Peter…

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Memórias da Emília  Capítulos 7, 8 e 9   7 – Emília descobre o segredo de Popeye.      …

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Memórias de Emilia Capítulos 10, 11 e 12   10 – Diálogo entre a boneca e o Visconde. A esperteza…

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Memórias de Emília  Capítulos 13, 14 e 15 (último)    13 – Minha viagem a Hollywood        …

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Memórias de Emília

 Capítulos 13, 14 e 15 (último)

  

13 – Minha viagem a Hollywood

            Fomos para Hollywood no Wonderland, com toda a criançada inglesa, Peter Pan e o Almirante. E Alice também. Fugi do sítio. Eu já andava enjoada de bolinhos, de pitangueira, de países-da-gramática. Fugi – fugi – fugi com o anjinho e o Visconde.

            A viagem foi ótima, exceto para o Visconde, que enjoou a ponto de deitar ao mar metade da sua ciência. Vomitou logaritmos, ângulos e triângulos, leis de Newton – uma trapalhada. Eu não enjoei coisa nenhuma, nem o anjinho. Em vez disso, aproveitei o tempo para estudar com o Almirante a língua de Alice. No fim da primeira semana o velho declarou a Peter Pan:

            “É extraordinária a inteligência desta criança! Já está falando inglês sem o menor sotaque!”

            Não era elogio, não. De fato assimilei com tal perfeição aquela língua que cheguei até a corrigir muitos erros de Alice.

            Em Nova York desembarcamos. Houve briga. O Almirante queria levar-me para Washington, a fim de apresentar-me ao tal Presidente Roosevelt. Eu só queria saber do cinema. Queria Hollywood, que é a cidade do cinema. Não discuti. Fingi que ia para Washington e fui parar em Hollywood, de avião. Continue lendo “Monteiro Lobato”

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Memórias de Emilia

Capítulos 10, 11 e 12

 

10 – Diálogo entre a boneca e o Visconde. A esperteza de Emília e a resignação do Milho.

            Estava o Visconde nesse ponto das Memórias, quando Emília entrou.

            – Como vai o serviço? – indagou ela. – Já escreveu alguma coisa?

            – Um colosso, Emília! Contei toda a história do anjinho, a vinda das crianças inglesas, a luta de Popeye com o Capitão Gancho, com os marinheiros do Wonderland e depois com Pedrinho e Peter Pan…

            – Contou que fui eu quem salvou tudo? Que se não fosse a minha ideia da couve a situação teria sido um horror?

            – Contei tudo direitinho.

            – Então leia.

            O Visconde leu todos os capítulos já prontos, aos quais Emília aprovou e gabou, achando-os muito bem escritinhos.

            – Está bem – disse ela.

            – Minhas Memórias vão a galope. Quero provar ao mundo que faço de tudo, que sei brincar, que sei aritmética, que sei escrever memórias…

            – Sabe escrever memórias, Emília? – repetiu o Visconde ironicamente. – Então isso de escrever memórias com a mão e a cabeça dos outros é saber escrever memórias?

            – Perfeitamente, Visconde! Isso é que é o importante. Fazer coisas com a mão dos outros, ganhar dinheiro com o trabalho dos outros, pegar nome e fama com a cabeça dos outros: isso é que é saber fazer as coisas. Ganhar dinheiro com o trabalho da gente, ganhar nome e fama com a cabeça da gente é não saber fazer as coisas. Olhe, Visconde, eu estou no mundo dos homens há pouco tempo, mas já aprendi a viver. Aprendi o grande segredo da vida dos homens na terra: a esperteza! Ser esperto é tudo. O mundo é dos espertos. Se eu tivesse um filhinho, dava-lhe um só conselho: “Seja esperto, meu filho!” Continue lendo “Monteiro Lobato”

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