canções infantis em Esperanto 23. cachorrinho está latindo

EN LA KORTO LA HUNDETO (Cachorrinho está latindo)

En la korto la hundeto
Bojas, bojas kun obstin’.
Tuj silentu kaj permesu 
La eniron al karin’.

Ho skindo’ lele’
Ho skindo’ lele’ lala’
Ho skindo’ lele’
Tien mi ne iros ja!

La lemonon en la akvon
Ĵetis mi, ĝi iris funden.
La fiŝetoj ĉiuj kantis:
Ni tuj naĝu pli profunden.

Ho skindo’ lele’
Ho skindo’ lele’ lala’
Ho skindo’ lele’
Tien mi ne iros ja!

(canta jorge teles)
(“Cachorrinho está latindo lá no fundo do quintal, cala a boca, cachorrinho, deixa o meu benzinho entrar. Esquindô lelê, esquindô lelê lalá, esquindô lelê, não sou eu que caio lá. Atirei um limão n’água, de redondo foi ao fundo, os peixinhos já disseram, viva Dom Pedro II”.)

brazilaj infanaj kanzonoj 23. en la korto la hundeto

EN LA KORTO LA HUNDETO (Cachorrinho está latindo)

En la korto la hundeto
Bojas, bojas kun obstin’.
Tuj silentu kaj permesu 
La eniron al karin’.

Ho skindo’ lele’
Ho skindo’ lele’ lala’
Ho skindo’ lele’
Tien mi ne iros ja!

La lemonon en la akvon
Ĵetis mi, ĝi iris funden.
La fiŝetoj ĉiuj kantis:
Ni tuj naĝu pli profunden.

Ho skindo’ lele’
Ho skindo’ lele’ lala’
Ho skindo’ lele’
Tien mi ne iros ja!

(kantas jorge teles)

Observo: Ho skindo’ lele’ lala’ – “esquindô lelê” – estas interjekcia esprimo por montri entuziasmon, ĝojon; ofte aperas en karnavalaj kanzonoj.

(“Cachorrinho está latindo lá no fundo do quintal, cala a boca, cachorrinho, deixa o meu benzinho entrar. Esquindô lelê, esquindô lelê lalá, esquindô lelê, não sou eu que caio lá. Atirei um limão n’água, de redondo foi ao fundo, os peixinhos já disseram, viva Dom Pedro II”.)

o dia sem nome, 9

O dia sem nome, 9.

Getsêmani, à mesma hora.

É verdade, é verdade que esta é a noite da minha agonia; pensou o homem triste, enchendo o segundo copo de vinho. Esta e a noite em que não impedirei no coração a abertura da chaga de sangue, porque eis que a taça transborda; continuou, enquanto fazia descer a amarga tinta da vinha machucada. Não tenho mais nada a padecer, não tenho mais destino a suportar, não tenho mais fado a sofrer. Pensarei tudo e apagarei a chama. É a hora, é a minha hora, aquela que eu escolhi como sendo a hora da minha liberdade.
Quero cuspir fora este meu tormento e esta minha angústia. Sofrerei apenas o que determinei para sofrer, nem um minuto a mais. O limite é o terceiro copo de vinho dessa ceia mística de meu eu lúcido com meu eu louco.
O homem triste, trinta e três anos, conhecedor do homem e da sua miséria e da sua glória, não estava resistindo mais. Chegava no limiar de seu ministério. A seguir, pretendia entregar-se ao efeito de uma droga mortífera.
Mas ainda tinha tempo, queria antes escrever alguma coisa. Que seria, talvez, o seu último clamor de desesperança.
O homem triste sentiu tonteira, as coisas começaram a ficar coloridas, destacadas, suficientes, importantes. Ligou a música, Prelúdio e Morte de Amor, do Tristão e Isolda. As notas prolongadas começaram a flutuar no espaço, ele teve a sensação de que poderia caminhar apoiando-se nos agudos punhais de esmeralda que eram aqueles sons.
Isso é uma loucura, dois copos de vinho e eu já estou enfeitiçado como um deus antigo. Não quero ter pressa de ir embora.
Foi ao banheiro e lavou o rosto. O barulho da água e aquele frio transfiguravam. Enxugou lentamente o rosto, prestando atenção no desvario que era aquela música, um desvario que era o dele, inebriado, além das fronteiras do suportável, mas seguro, contido, mantido numa prisão controlada e garantida. Depois, sim, na morte de amor, seria a libertação total e apocalíptica.
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