dante alighieri – vita nova 07. tutti li miei penser…

Dante Alighieri – Vita Nova 07
Tutti li miei penser parlan d’Amore… (sonetto)

    Tutti li miei penser parlan d’Amore
e hanno in lor sì gran varietate,
ch’altro mi fa voler sua potestate,
altro folle ragiona il suo valore,
    altro sperando m’apporta dolzore,
altro pianger mi fa spesse fiate;
e sol s’accordano in cherer pietate,
tremando di paura che è nel core.
    Ond’io non so da qual matera prenda;
e vorrei dire, e non so ch’io mi dica:
così mi trovo in amorosa erranza!
    E se con tutti voi fare accordanza,
convenemi chiamar la mia nemica,
madonna la Pietà, che mi difenda.

(canta Jorge Teles)

Esperanto? Pra quê? (1) Viajando…

ESPERANTO? PRA QUÊ? (1) VIAJANDO…

 
(nota: Esta pequena série de textos foi feita para um “folder” com o objetivo de informar sobre o Esperanto, na ocasião em que fui presidente da Associação Paranaense de Esperanto. Eu achava que os textos de então eram muito sucintos. Minha intenção era divulgá-los entre pessoas mais interessadas no assunto.)

           Se você programar uma longa viagem pelo Brasil, poderá encontrar diversos problemas; um deles, porém, que costuma afligir turistas, não acontecerá nessa viagem: o da língua. Todo o imenso território brasileiro é dominado por um único idioma. A única pequena diversidade que se encontra é sotaque (além de algumas variações de significados), que acaba virando mais um tema de conversação entre visitantes e visitados,

          Se você programar uma viagem fora do país, encontrará maneiras para contornar o problema. Se aderir a uma excursão, falará português durante todo o tempo. Perderá oportunidades de aventurar-se, perder-se, descobrir coisas, individualizar sua visita… mas a segurança da excursão é inquestionável. Se você tem o gosto pela aventura e quer dar uns passinhos por conta própria, poderá aprender inglês, se não sabe, e conseguirá hotéis, passagens, tíquetes para museus e teatros. Se desejar, porém, conversar com o passageiro ao lado ou pedir uma informação a um transeunte, começará a enfrentar problemas. Perder-se em Bruges, na Bélgica, significa precisar falar flamengo (muitos velhos e crianças não falam francês). Na Itália, já nas pequenas pensões não se fala inglês, a não ser os preços da pousada. Países como a Holanda e a Dinamarca facilitam por terem populações bilingues – o inglês é aprendido junto à língua pátria.

          Se você viajar à Inglaterra ou Estados Unidos, ainda que falando inglês, verá como o inglês que falamos geralmente é insuficiente. Dominar uma língua não é tarefa simples. Eles poderão nos entender, se se dispuserem a ser gentis (o que nem sempre acontece) mas, para participar de um grupo de conversação, quantos brasileiros estarão aptos? Não é preciso ir tão longe. Visitando nossos vizinhos sulamericanos, falantes de um idioma tão primo do nosso, que é o espanhol, perceberemos que a grande facilidade com que lemos o espanhol não nos ajuda na língua falada. É difícil entender e muito mais difícil falar: a gagueira é inevitável. A diferença entre o inglês e o espanhol, para nós, é que o espanhol necessita de um menor aprendizado.

          E se você quiser fazer um turismo menos convencional, para países africanos ou asiáticos? O inglês viajará de avião com você, certamente, como já viajou o francês e, noutras épocas (de carroça), o latim.

          Mas você continuará sendo aquilo que é todo ser humano:

          uma ilha falante cercada de estranhas línguas por todos os lados.

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          O Esperanto já possui uma comunidade de falantes em todo o mundo. É difícil saber exatamente quantos.

          Para possibilitar a prática da língua falada, os esperantistas criaram uma instituição chamada “Pasporta Servo” – Serviço de Passaporte.

          Simplíssimo: uma brochura é editada anualmente com a lista de países e moradores que oferecem hospedagem gratuita, desde que o hóspede venha falando a língua. Cada ofertante indica o número de pessoas e o máximo de dias ofertados.

          Manuseando rapidamente um anuário qualquer do Pasporta Servo, depara-se com curiosidades:

          – nalguns países (isto era frequente no leste europeu, à ocasião do domínio do império soviético), os hospedeiros comunicam que não podem oferecer hospedagem inteiramente de graça, mas cobrarão uma taxa simbólica, bem menor do que as de hotéis e pensões; o mesmo com relação à alimentação;

          – algumas pessoas fazem exigências: … menos durante o mês de agosto… …não aceito fumantes… …é preciso que traga um saco-de-dormir… …é preciso que goste de cães…

          – outras, são pródigas: …ofereço um passeio pelos pontos turísticos da cidade…

          – algumas exigências podem ser extravagantes: … eu e minha mulher somos nudistas e queremos ser imitados…

          – outras, personalíssimas: … sou iniciante na língua e dou preferência a bons falantes, para que eu pratique…: … não aceito visitantes que pretendam falar inglês…

          e vai por aí afora.

           Eu mesmo já hospedei por uma semana, em ocasiões diferentes, dois argentinos e um finlandês; confesso sem vergonha, que estas foram as ocasiões em que eu realmente aperfeiçoei minha conversação e pratiquei o objetivo do Esperanto, que é a comunicação entre falantes de línguas diferentes.

          Para estudantes e pessoas com disponibilidade de tempo, é uma oferta tentadora, extra-oficial, sem nenhuma burocracia. A própria comunidade se comunica a respeito de abusos, através de jornais e revistas internacionais. Geralmente a coisa flui tranquilamente, criando grandes focos de eterna amizade.

brazilaj infanaj kanzonoj 09.la dekstra mano…

LA DEKSTRA MANO TENAS ROZUJON (a mão direita tem uma roseira)

La dekstra mano tenas rozujon,
Dekstra mano tenas rozujon,
Kaj ĝi floras kun fascino,
Kaj ĝi floras kun fascin’.

Nun vi rozujo venu enronden,
Vi rozujo venu enronden,
Por vi estas belulino,
Por vi estas belulin’.

La belulinon, ne, mi ne volas,
Belulinon, ne, mi ne volas,
Jen brakum’ por amikino,
Jen brakum’ por amikin’

(kantas Jorge Teles)