As aventuras de Hans Staden
Capítulos 15 e 16
15 – Cenas de canibalismo
Algum tempo depois os índios de Ubatuba foram convidados para uma festa na taba de Ticoaripe na qual iam comer um prisioneiro maracajá.
Os convidados partiram em canoas, levando Hans consigo.
Em todas as cabanas as mulheres estavam ultimando o preparo do cauim, bebida indispensável em tais festas.
Hans aproximou-se do prisioneiro maracajá e perguntou-lhe:
– Estás pronto para morrer?
O índio olhou-o com indiferença e respondeu, muito calmo, a sorrir:
– Sim, estou pronto para tudo. Mas nós maracajás possuímos melhores muçuranas…
– Que é isso, vovó? – perguntou Narizinho.
– Eram umas cordas que os índios preparavam especialmente para amarrar os prisioneiros no dia do sacrifício. Aquele maracajá sorria diante da morte e caçoava dos seus inimigos… Hans Staden sentiu uma grande dó do infeliz. Afastou-se e pôs-se a ler um livro de capa de couro, que os índios haviam trazido de um barco apanhado com auxílio dos franceses. Continue lendo “Monteiro Lobato”