ai de nós

A ditadura da imoralidade 07: AI DE NÓS!

“O entreguismo não se dá apenas com a entrega de estatais, a preço de banana. Também se dá com a doação da poupança de toda uma nação às Centrais Internacionais de Agiotagem”. (Do livro: Elogio da Obscenidade, de Erasmus Brasilianus). 

Nota: esta canção é de outubro de 1977, mas, a cada temporada, sofre correção política e é atualizada; infelizmente há sempre uma canalha de plantão, para receber a carga triste dessa homenagem invertida; quanto ao partido citado, poderia ser qualquer outro; coloco o PT porque foi nele que votei a vida inteira, desde sua criação, até ficar provado que minha confiança era ingenuidade e ambas estavam sendo traídas.


Assim como está… – não dá.
Do jeito que vai… – a casa cai.

O nosso imposto? – Desgosto!
A grana moleca? – Na cueca!
A nossa justiça? – Postiça!
Brasília sapeca? – Defeca!

E o congresso sofista? – Otimista!
E a Mídia escapista? – Otimista!
E o ex-sindicalista? – Otimista!
E o PT
que camufla,
protege,
e esconde
e mantém
vigarista? – Otimista!

Assim como está… – não dá.
Do jeito que vai… – a casa cai.

A nossa saúde? – Ataúde!
O Banco Central? – Chacal!
E a malversação? Sei não!
Qualquer estatal? – Baal!

E o ministro trocista?
– Otimista!
E a moça terrorista?
– Otimista!
E o grande entreguista?
– Otimista!
E o PT
que camufla,
protege,
e esconde
e mantém
vigarista?
– Otimista!

Assim como está… – não dá.
Do jeito que vai… – a casa cai.

Os aposentados? – Coitados!
E o banco, inocente? – Contente!
Os bons deputados? – Safados!
Mas, o Presidente? – Ausente!

E o partido casuísta?
– Otimista.
E o povão comodista?
– Otimista.
E o rei absolutista?
– Otimista.
E o PT
que camufla,
protege,
e esconde
e mantém
vigarista?
– Otimista!

Curitiba, outubro de 1977
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apolono kaj hiakinto, 15

apolono kaj hiakinto, 15.

ŝajnis ke alio havas mil brakojn, ŝajnis ke teofilo havas mil krurojn, estis du braĝoj kiuj, sin tuŝante unu la alian, kaŭzadis la suprenŝvebadon de oraj fajreroj, kaj ĉiu kiso estis la ellaso de sonoraj karilionoj, bronzaĵoj kies sono ofendadis la orelojn. teofilo altiris alion supren sin kaj la spirado de unu eniris en la alian kaj la lipoj de alio porĉiame algluiĝis kaj teofilo sentis ke iu subpremas lin, estis ŝtono kiu eble atingus lin kaj necesis vekiĝi kaj giganto ekposedas lin kaj estis konfuzo de skuadoj kaj nun jen li memoras ke estas alio, la servisto de dolĉaj okuloj, la juna servisto, kiu estis sur li en rapidaj movadoj, li ne scias kial, vundita maneto plantiĝis en sia memoro, sed subite la mano forflugis kaj alia reptilia mano prenis lian seksorganon kaj el lia korpo ĝermis fonto kiu ŝprucas blankajn ŝafinojn, ĉiam blankajn ŝafinojn, kiuj sin transformis en gluiĝantajn fiŝojn, kiuj estis frakasitaj per malmola ventro kiu venadas kaj iradas kaj revenadas kaj retiriĝadas kaj la tuta korpo estis nura tremado kaj ĉiufoje kiam alio malsupreniradis kaj premadis sian korpon kontraŭ la ventro de teofilo kaj la brusto kontraŭ lia brusto kaj la femuroj batadis forte kontraŭ la liaj, la sonorilo sonoradis ene de li kaj freneze daŭrigadis la sonoradon ĝis kiam alia forta bato igis denove soni la bronzaĵo kiu estis li mem, kaj nur la algluita buŝo restadis algluita ĉar ĉio cetera estis konstanta venado kaj irado de la aflikta korpo de alio.
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apolo e jacinto, 15

apolo e jacinto, 15.

alio parecia ter mil braços, teófilo parecia ter mil pernas, eram duas brasas que, ao se tocarem, provocavam a subida de faíscas de ouro e cada beijo era o desencadear de carrilhões sonoros, bronzes cujo soar permanecia ofendendo os ouvidos. teófilo puxou alio pra cima de si e o respirar de um entrou no outro e os lábios de alio se colaram pra sempre e teófilo sentiu que o esmagavam, era uma pedra que talvez o atingisse e era preciso acordar e um gigante se apossava dele e o cobria e eram solavancos confusos e ele já se lembrava que era alio, o moço de olhos macios, o jovem criado que estava sobre ele, em movimentos rápidos, não sabia porque, uma mãozinha ferida se plantou na sua memória mas de repente a mão saiu voando e outra mão réptil segurou seu sexo e brotou de seu corpo uma fonte que espirrava ovelhas brancas, sempre ovelhas brancas, que se transformavam em peixes pegajosos que eram esmagados por um ventre duro que vinha e ia e voltava e recuava e todo o corpo era um tremor e cada vez que alio baixava e comprimia a barriga contra seu corpo e o peito contra seu peito e as coxas batiam fortes nas suas, o sino tocava dentro dele e continuava ressoando louco até que outra pancada mais forte fazia de novo soar o bronze que era ele e apenas a boca colada permanecia colada porque todo o resto era um incessante vir e ir do corpo aflito de alio.
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