leonardo e bruno

foto de jorge teles
Canções diversas 13: LEONARDO E BRUNO

(nota: esta canção é de 29 de dezembro de 1977. Meus filhos moravam em Belo Horizonte; Leo ia fazer 7 anos; Bruno, tinha feito 5.)

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São dois pombinhos matreiros, 
dois travessos coelhinhos.
Dois meninos bagunceiros,
simpáticos e fofinhos.

Dia e noite fazem arte
da mais alta qualidade.
Farejando em toda parte,
procurando novidade.

Eu que fui mestre de muitos,
de vocês eu sou aluno.
Leonardo e Bruno,
Bruno e Leonardo,
Bruno e Leonardo,
Leonardo e Bruno.

Dois incansáveis ratinhos,
buscando o desconhecido.
Dormindo, são quietinhos,
Acordados, que alarido.

Naves de porto inseguro,
tão iguais, tão diferentes.
Dois caminhos, dois futuros
de esperanças sorridentes.

Não sei se entendem se digo,
são leve e pesado fardo.
Bruno e Leonardo,
Leonardo e Bruno,
Leonardo e Bruno,
Bruno e Leonardo.
 
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os músicos de bremem – coro dos patrões

A ditadura da burrice 12: OS MÚSICOS DE BREMEM / CORO DOS PATRÕES


OS MÚSICOS DE BREMEM

É sempre assim:
A gente trabalha feito um burro,
É puxando carroça, é dando murro.
Mas dinheiro que é bão, não vê não,
Vai tudo pra mão do patrão.

É sempre assim:
A gente trabalha feito um cachorro,
É roendo osso, é morando no morro.
Mas dinheiro que é bão, não vê não,
Vai tudo pra mão do patrão.

É sempre assim:
A gente trabalha feito um gato,
E fazem da gente gato e sapato.
Mas dinheiro que é bão, não vê não,
Vai tudo pra mão do patrão.

É sempre assim:
A gente quer dar uma de galo,
Anunciar o final do intervalo.
Mas o bico não pode abrir não,
Se não vai parar na prisão.


CORO DOS PATRÕES

Não tem jeito.
Eles não trabalham direito.
Temos que manter o respeito,
Ou perdemos o conceito; 
Não tem jeito.

Com efeito.
Tudo que eu fizer é direito,
Falo isso sem preconceito.
E é melhor não botar defeito.
Com efeito.

Meu preceito,
É prevalecer o direito,
Desde que eu não perca o proveito.
E eu tenho um plano bem feito.
Meu preceito:

Só respeito,
Não tem mais jornal, não tem pleito,
Sem oposição, é perfeito.
Força e medo num só leito.
Só respeito.

Curitiba, outubro de 1976.
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pássaros de ontem, pássaros de hoje

Canções diversas 12: PÁSSAROS DE ONTEM, PÁSSAROS DE HOJE.
 
Matei meus sonhos
e fantasias,
mas continuo
sempre a sofrer.
Que os sonhos morrem,
mas não os desejos.

Debilitei
meu coração
mas ele, impune,
sempre a bater.
Que os sonhos morrem,
mas não os desejos.

Eu quis encher-me
de proteção,
mas essa febre,
sempre a crescer.
Que os sonhos morrem,
mas não os desejos.

Oco de sonhos
de dores frias,
não mais consigo 
me defender.
Se a sonhos mortos
não os desejo,
desejos vivos
não sei conter.
 
Curitiba, 09.06.82.
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