Fábulas
Fábulas 36, 37, 38, 39, 40, 41 e 42
36 – A mosca e a formiguinha
– Sou fidalga! – dizia a mosca à formiguinha que passava carregando uma folha de roseira. – Não trabalho, pouso em todas as mesas, lambisco de todos os manjares, passeio sobre o colo das donzelas – e até me sento no nariz. Que vidão regalado o meu…
A formiguinha arriou a carga, enxugou a testa e disse:
– Apesar de tudo, não invejo a sorte das moscas. São malvistas. Ninguém as estima. Toda gente as enxota com asco. E o pior é que têm um berço degradante: nascem nas esterqueiras.
– Ora, ora! – exclamou a mosca. – Viva eu quente e ria-se a gente. Continue lendo “Monteiro Lobato”