Monteiro Lobato

Fábulas

Fábulas 50, 51, 52, 53, 54, 55 e 56

 

50 – O lobo e o cordeiro

         Estava o cordeiro a beber num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado, de horrendo aspecto.

         – Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? – disse o monstro arreganhando os dentes. – Espere, que vou castigar tamanha má-criação!…

         O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:

         – Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim?

         Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta. Mas não deu o rabo a torcer.

         – Além disso – inventou ele –, sei que você andou falando mal de mim o ano passado. Continue lendo “Monteiro Lobato”

Lobato en Esperanto – 06

Fabloj

Fabloj 43, 44, 45, 46, 47, 48 kaj 49

 Tradukis Jorge Teles

 

43 – La du ŝtelistoj

          Du ŝtelistoj ŝtelis azenon, kaj ĉar ili ne povis dividi ĝin en du pecojn, ili ekbatalis.

         – La azeno estas mia! – asertis unu. – La azeno estas mia, ĉar mi unue vidis ĝin…

         – Jes – argumentis la alia – vi unue vidis ĝin; sed tiu, kiu unue kaptis ĝin, estis mi. Do ĝi estas mia…

         Pro manko de interkonsento, ili luktis, ruliĝis sur la polvo kaj batis kaj mordis.

         Dume aperis tria ŝtelisto, saltas sur la azenon kaj galopante forkuras.

         La batalo finiĝis, la ŝtelistoj ekstaris, kontuzitaj de la batado, disŝiritaj, senhaŭtigitaj…

         – Kie estas la azeno? Eĉ ne ombro! Continue lendo “Lobato en Esperanto – 06”

Monteiro Lobato

Fábulas

Fábulas 43, 44, 45, 46, 47, 48 e 49

 

43 – Os dois ladrões

         Dois ladrões de animais furtaram certa vez um burro, e como não pudessem reparti-lo em dois pedaços surgiu a briga.

         – O burro é meu! – alegava um. – O burro é meu porque o vi primeiro…

         – Sim – argumentava o outro –, você o viu primeiro; mas quem primeiro o segurou fui eu. Logo, é meu…

         Não havendo acordo possível, engalfinharam-se, rolaram na poeira aos socos e dentadas. Enquanto isso um terceiro ladrão surge, monta no burro e foge de galope.

         Finda a luta, quando os ladrões se ergueram, moídos da sova, rasgados, esfolados…

         – Que é do burro? Nem sombra! Continue lendo “Monteiro Lobato”