O Sítio… Décima Primeira Parte (Útima)
REINAÇÕES DE NARIZINHO
Décima Primeira Parte: O Pó de Pirlimpimpim
1 – O burro falante
Dona Benta estava na cozinha conversando com tia Nastácia.
– Que terá havido? – dizia ela. – Os meninos ontem foram para a cama cedo demais. Percebi logo que era sinal de grossa travessura para hoje. De manhã, quando me levantei não vi nenhum. Tinham sumido sem ao menos tomarem café. Por onde andarão os diabretes?
A negra, que estava frigindo uns lambaris, apenas disse:
– Essas crianças fazem coisas da gente se benzer com as duas mãos, sinhá.
Com certeza foram visitar algum rei lá na terra das fadas. Mas não se incomode, sinhá. Quando a fome der, largam todos os reis do mundo para virem correndo atrás destes lambarizinhos fritos.
– Inda é o que vale – concordou dona Benta. – A fome é a única coisa que faz Pedrinho e Narizinho não se separarem de nós…
Isso foi daquela vez em que partiram com o Peninha para a primeira viagem maravilhosa. Eles ainda não tinham voltado, mas já vinham vindo.
O relógio bateu seis horas. Continue lendo “O Sítio… Décima Primeira Parte (Útima)”
O Sítio… Décima Parte
O SÍTIO DO PICA-PAU AMARELO
REINAÇÕES DE NARIZINHO
Décima Parte: Pena de Papagaio
1 – A voz
A história de Peter Pan, que dona Benta contara aos meninos certo dia, tinha-os deixado de cabeça virada. Narizinho só pensava em Wendy; Pedrinho só pensava em Peter Pan, “o menino que nunca quis crescer”.
Pedrinho também não queria crescer, mas estava crescendo. Cada vez que apareciam visitas era certo lhe dizerem, como se fosse um grande cumprimento:
“Como está crescido!” e isso o mortificava.
Um dia, em que estava no pomar trepado numa goiabeira, comendo as goiabas boas e jogando as bichadas para Rabicó, entrou pela centésima vez a pensar naquilo.
— Que maçada! — murmurou de si para si. -Tenho de crescer, ficar do tamanho do tio Antônio, com aquele mesmo bigode, feito um bicho cabeludo, embaixo do nariz e, quem sabe, aquela mesma verruga barbada no queixo. Se houvesse um meio de ficar menino sempre…
— Há coisa ainda superior — respondeu atrás dele uma voz desconhecida.
Pedrinho levou um grande susto. Olhou para todos os lados e nada viu. Não havia ninguém por ali.
— Quem está falando? — murmurou com voz trêmula.
A mesma voz respondeu:
— Eu! Continue lendo “O Sítio… Décima Parte”