Indice: Traduções e Adaptações

o corvo – allan poe

O Corvo – Edgar Allan Poe  Tradução e música: Jorge Teles Meia-noite era a hora; lembro tal se fosse agora.Eu…

Agamenon – Ésquilo

AGAMENON, de Ésquilo (tradução adaptada)Nota: Fiz esta tradução adaptada para estudantes em 1973, visando uma futura leitura dramática. O objetivo…

Medéia – Eurípides

MEDÉIA, de Eurípides (Tradução do texto integral) Nota: Esta tradução foi feita do francês, por puro exercício, em 1968. Parti…

oração a Deus – voltaire

ORAÇÃO A DEUS – VOLTAIRE (1694-1778)    Não é mais aos homens, portanto, que eu me dirijo, mas a você, Deus…

semana santa – anônimo

Semana Santa (anônimo alemão) Quando Jesus de sua mãe se afastou e a santa semana se iniciou Maria, com dor…

Prometeu – Goethe

PROMETEU – Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) Cubra, Zeus, o teu céu Com nuvens de vapor! E como um menino…

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Prometeu – Goethe

PROMETEU – Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832)

Cubra, Zeus, o teu céu
Com nuvens de vapor!
E como um menino
Que corta os cardos
Exercite-se em carvalhos e montes.
Mas a minha terra,
Deixe-a em paz.
E minha cabana,
Feita, não por você,
E o meu fogão,
Por cujas brasas
Você me inveja.

Sob o sol não conheço quem seja
Mais pobres que vocês, deuses.
Cheios de aflição, vocês nutrem,
Com o tributo de vítimas,
E orações suspiradas,
A sua Majestade,
E sentiriam fome
Se não houvesse crianças e mendigos
E tolos cheios de esperanças.

Quando eu era menino,
Nada sabendo, ingênuo, inconsciente,
Levantei o meu olhar errante
Até o Sol, como se acima houvesse
Ouvido para ouvir o meu lamento 
E coração como o meu,
Para ter piedade de minha dor.

Quem me ajudou
Contra a arrogância dos Titãs?
Quem me livrou da morte
E da escravidão?
Não foi você sozinho quem isto cumpriu?,
Coração de santo ardor!
E assim ardendo, jovem e bom,
Traído, ainda agradeceu
Ao que dorme lá em cima?

Honrar a você? Para quê?
Você alguma vez aliviou
A dor do angustiado?
Você alguma vez fez secar
O pranto do aflito? 
Quem forjou em mim o Homem
Não foi o Tempo onipotente
E o Fado eterno?,
Senhores de mim e de você!

Então você acha
Que eu deva odiar a vida
E fugir para um deserto
Só porque nem todas as ilusões
Se realizaram?

Aqui eu me sento e faço homens
À minha imagem,
Numa linhagem que seja igual a minha,
Para sofrer, chorar,
Gozar e ser feliz,
E ignorar você,
Como eu faço.
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semana santa – anônimo

Semana Santa (anônimo alemão)

Quando Jesus de sua mãe se afastou
e a santa semana se iniciou
Maria, com dor no seu coração,
o filho indagou, com grande aflição:

“Jesus, filho amado, eu quero saber,
no santo domingo, o que você vai ser?”
“Domingo, eles vão como rei me saudar
com mantos no chão e ramos no ar.”

“Jesus, filho amado, eu quero saber,
na santa segunda, o que você vai ser?”
“Segunda serei peregrino, sem chão,
sem teto ou abrigo e sem proteção.”

“Jesus, filho amado, eu quero saber,
e na santa terça, o que você vai ser?”
“Na terça profeta do mundo vou ser,
prevendo que terra e céu vão perecer.”

“Jesus, filho amado, eu quero saber,
e na santa quarta, o que você vai ser?”
“Na quarta, ai de mim, vou ser nesta data
vendido por trinta dinheiros de prata.”

“Jesus, filho amado, eu quero saber,
e na santa quinta, o que você vai ser?”
“Na quinta serei, numa casa alheia, 
cordeiro pascal na última ceia.”

“Jesus, filho amado, eu quero saber,
e na santa sexta, o que você vai ser?”
“Na sexta, oh, mãe, oh, mãe, tão querida…
que a sexta ficasse de todo escondida!”

“Jesus, filho amado, eu quero saber,
no sábado santo, o que você vai ser?”
“No sábado, qual grão de trigo, jazer
na terra, esperando um novo nascer.

Domingo, porém, oh, mãe, que alegria!
Retorno da morte, retorno pro dia!
Nas mãos o estandarte com a cruz eu vou ter
E em glória você vai de novo me ver!” 
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