Gil Vicente 21. FARSO PRI LA CIGANINOJ (1521)

la ciganino

Resumo:

Eniras en la scenejo kvar ciganinoj. Ili diras ke ili estas kristaninoj kaj petas almozon. Ili volas donacojn por diri la “buena ventura”, nome, aŭguri pri la sorto de ĉiu. Tuj poste venas kvar ciganoj. Ili volas interŝanĝi ĉevalojn. Ĉiuj kantas. La ciganinoj proponas instrui al la spektantaj damoj sorĉaĵojn kaj aŭguras laŭ la linioj de la manoj. Ĉiuj kantante foriras.

GV059. Ciganinoj

En la cocina estaba el asno
Bailando,
Y dijéronme, don asno,
Que vos traen casamiento
Y os daban en axuar
Una manta y un paramiento
Hilando.
En kuirejo estis azeno
Dancanta,
Oni diris al mi, sinjor’ Azeno
Ke oni aranĝas por vi edziĝon
Kaj oni donacos al vi kiel edzovestaro
Mantelon kaj ornamaĵojn
Ŝpinotajn.

(kantas Jorge Teles)
Continue lendo “Gil Vicente 21. FARSO PRI LA CIGANINOJ (1521)”

o dia sem nome, 16

O dia sem nome, 16.

Eric não acordaria jamais. Jamais seria ouvida a gravação de sua vozinha aflita e soluçante. Por que Bengazi seria diferente das outras? Não. O destino de Bengazi estava escrito na mesma rota implacável das estrelas que tinham condenado todas as cidades da terra. E esse destino também se cumpriu.
A cidade se aquietou nos incontáveis dias e nas pacientes noites que se seguiram. Criminosos não foram libertados e outros tantos não chegaram a ser presos. Foi suspenso o choro infecundo dos inocentes. Os pactos de paz futura não chegaram a ser assinados, pelo mesmo motivo pelo qual pãezinhos no forno não chegaram a ser comidos. Cartomantes tinham sido pagas e não consumaram a leitura do fado triste dos esperançosos. Também não gastaram o dinheiro recebido. Ovos, larvas, crizálidas e girinos não floresceram para a sua participação na harmonia universal. Casas, ruas, cidades, desenhadas com cuidado, tiveram sustada a sua construção. Os indolentes deixaram de trabalhar e o trabalho ficaria à espera para todo o sempre. Nos hospitais desmancharam-se os tumores cancerosos e as hemorragias secaram.
Exemplares de Os Irmãos Karamázovi, em todos os idiomas do planeta, foram soterrados, foram incendiados, foram molhados, foram folheados por brisas desatentas, ventanias analfabetas, vendavais desintereessados em Ivan, que nunca mais falaria, de coração a coração, sobre o desespero do homem.

dante alighieri – vita nova 27. l’amaro lagrimar…

Dante Alighieri – Vita Nova 27
L’amaro lagrimar che voi faceste… (sonetto)


“L’amaro lagrimar che voi faceste,
oi occhi miei, così lunga stagione,
facea lagrimar l’altre persone
de la pietate, come voi vedeste.
Ora mi par che voi l’obliereste,
s’io fosse dal mio lato sì fellone,
ch’i’ non ven disturbasse ogne cagione,
membrandovi colei cui voi piangeste.
La vostra vanità mi fa pensare,
e spaventami sì, ch’io temo forte
del viso d’una donna che vi mira.
Voi non dovreste mai, se non per morte,
la vostra donna, ch’è morta, obliare”.
Così dice ‘l meo core, e poi sospira.

(canta jorge teles)