Índice: Apolo e Jacinto

apolo e jacinto. 0 e 1

apolo e jacinto, 0. Este livro é dedicado a todo aquele que esconde sua voluptuosa face de pedofilia atrás de…

apolo e jacinto. 2

apolo e jacinto, 2. o pai de teófilo havia ensinado como anular os mecanismos das cinco portas pelo lado de…

apolo e jacinto. 3

apolo e jacinto, 3. teófilo ordenou que dessem apenas uma ração aos prisioneiros. farta. que fosse bem depois da segunda…

apolo e jacinto, 4

apolo e jacinto, 4. naquela negrura, apenas o mar era ouvido, ronronando tranquilo, como um filhotinho de leão. uma luz…

apolo e jacinto, 5

apolo e jacinto, 5. tendo visto o menino, ao acordar, teófilo teve o pressentimento de que estaria salvo. poderia esquecer…

apolo e jacinto, 6

apolo e jacinto, 6. luis vigiou teófilo por mais dois dias. não sorria, não falava; se não estava ao pé…

apolo e jacinto, 7

apolo e jacinto, 7. assim que desceu, teófilo visitou a prisão. Conheço este guarda. Ah!, é o lança, disfarçando o…

apolo e jacinto, 8

apolo e jacinto, 8. Acho que hans não percebeu nada. Não desconfiou quando pedi pra deixá-lo lá em cima. Quando…

apolo e jacinto, 9

apolo e jacinto, 9. teófilo acordou num sobressalto e se viu sozinho. num repente lembrou-se da noite e sentiu uma…

apolo e jacinto, 10

apolo e jacinto, 10. luis contemplava o céu. queria concentrar-se no vôo das gaivotas mas seu corpo exigia esquecimento e…

apolo e jacinto, 11

apolo e jacinto, 11. a noite foi confusa. um corredor comprido, povoado de fantasmas, como os das histórias orientais. eram…

apolo e jacinto, 12

apolo e jacinto, 12. Não aguento mais, não posso sacrificar furacão. Alio deve estar perdido por aí, daqui a quanto…

apolo e jacinto, 13

apolo e jacinto, 13. uma hora depois, chegou o criado. parecia que o esperavam. Que estranho, levar-me lá pra cima.…

apolo e jacinto, 14

apolo e jacinto, 14. alio quis pegar o cobertor mas envergonhou-se e parou o gesto. baixou os olhos como um…

apolo e jacinto, 15

apolo e jacinto, 15. alio parecia ter mil braços, teófilo parecia ter mil pernas, eram duas brasas que, ao se…

apolo e jacinto, 16

apolo e jacinto, 16. uma catarata começou a cair lá longe. com um barulho de chuva. ficou assim um infinito,…

apolo e jacinto, 17

apolo e jacinto, 17. quando teófilo abriu os olhos, uma luz forte o cegava. a janela estava aberta. não chovia…

apolo e jacinto, 18

apolo e jacinto, 18. seus movimentos eram lentos. teófilo deitou-se de costas, não movia um dedo. entregou-se por inteiro. as…

apolo e jacinto, 19

apolo e jacinto, 19. o quê? o que você disse? não houve resposta imediata. apenas a respiração que se acelerou,…

apolo e jacinto, 20

apolo e jacinto, 20. dois cavaleiros brotaram no horizonte. um deles segura as rédeas de um terceiro animal, carregado com…

apolo e jacinto, 21

apolo e jacinto, 21. alio estava desconcertado. por que hans o olhara daquele modo? a mulher permaneceu silenciosa. queria perguntar…

apolo e jacinto, 22

apolo e jacinto, 22. teófilo entrou no cômodo de hans. ele estava na janela. sobre a mesa, o punhal. ouvindo-o,…

apolo e jacinto, 23

apolo e jacinto, 23 (último). hans se foi. levou apenas dois criados, um dos quais com as roupas novas de…

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apolo e jacinto, 23

apolo e jacinto, 23 (último).

hans se foi. levou apenas dois criados, um dos quais com as roupas novas de alio. o castelo, sem ele e o neto, era um túmulo de muitos cômodos. no mais frio, no mais apertado, no mais triste, teófilo estava instalado. a agonia provocada pela pequenez da peça era menor que a agonia que a lembrança daqueles dias provocava nele. 
não permitiu que hans levasse alio. o criado, com as vestes remendadas vigiava, com os olhos tristes e suaves. teófilo trancara-se no quartinho e alio subia para atendê-lo. de manhã, levava frutas, limpava tudo e descia. no almoço, deixava a comida e descia. o mesmo na janta. na primeira noite, teófilo sentiu que ele não se afastou, após encostar a porta. desceu a tranca e ficou paralisado, com a respiração doída. alio se foi, finalmente. não procurou ser silencioso. afastou-se simplesmente.
alio instalou-se no mais alto ainda, na biblioteca. algumas vezes teófilo pensava ir lá, não tinha coragem.
copiava textos dos manuscritos que trouxera do mosteiro. separava as canções à virgem, num livro, e os cantos profanos, em outro. aqueles que falavam da amada, ele não copiava. e aqueles que diziam do amigo, que havia saudade, que havia dor, aqueles, não só os copiava com carinho, como compunha para eles melodias simples, que acompanhava com a cítara. a cítara que tinha comprado para luis, na taberna onde amou alio. na taberna onde pernoitaram, pela última vez, na volta do mosteiro, por puro capricho, já que poderiam ter feito todo o trecho num só dia.
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apolo e jacinto, 22

apolo e jacinto, 22.

teófilo entrou no cômodo de hans. ele estava na janela. sobre a mesa, o punhal. ouvindo-o, hans voltou-se. sentou-se grave na cadeira.
ninguém falava. teófilo pegou o punhal, esteve a olhá-lo, o coração queria explodir. quis mencionar algo, perdeu-se, as palavras que seu pensamento formulava voltavam para trás e atrapalhavam a ordem das que deveriam vir a seguir, provocando dentro dele confusão e pasmo. suas palavras eram um bando de bois que se recusavam a sair para o sacrifício. 
na próxima semana, voltarei para a alemanha.
vai ficar muito tempo?
até morrer!
hans!
era demais! privar-se a um só tempo de luis e de seu fiel e antigo conselheiro!
hans!, o que está acontecendo?
é difícil de explicar! eu me vi, de repente, no meio de um deserto. meus caminhos se misturaram, não sei explicar. a quem eu vou transmitir meu cetro?
mas você não tem feito outra coisa, se não transmitir cetros! é preciso que seja seu filho ou seu neto? pensa na quantidade de criados, a quem já ensinou a ler.
O criado!
O criado!
eu não sei de onde veio minha decisão. não tenho nada a reclamar daqui. acho que foi a imagem que criei. eu me via num caminho; onde eu parasse, ali eu ficaria e meu filho continuaria a seguir e, onde ele ficasse, dali seguiria o seu filho e o filho de seu filho. aquela caçada me fez alterar os planos. meu filho não voltou vivo. tentei correr pra alcançar meu neto, queria ensinar a ele o que a vida tinha me ensinado… pra que ele levasse hans vivo, até os confins de minha descendência… e agora? e agora?
isto foi terrível! o que aconteceu aqui, foi terrível!…
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